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sábado, outubro 18, 2008

MATUSALÉM E A SUA PROVERBIAL LONGEVIDADE



Patriarca hebreu. Lê-se no Gênesis (V, 21-27) que era da raça abençoada de Seth; teve por pai Henoc, por filho Lamech, e por neto Noé. A cronologia dos Setenta, seguida pela Vulgata, indica que a sua vida durou 969 anos; também o seu nome passou a provérbio, e diz-se de um velho de idade muito avançada e conservando o seu vigor: chegará a idade de Matusalém.
Todavia, entre aqueles mesmos que tomam ao pé da letra as palavras da Bíblia, há não poucos que tem duvidas acerca das idades avançadas, que os patriarcas alcançavam.

Considerando exagerados os números que aparecem nas Escrituras, têm-se feito estudos e têm-se estabelecido diversas teorias, com a finalidade de encontrar uma explicação lógica e sistêmica para semelhante longevidade.

Afirma-se que nas primitivas épocas se serviam da lua para medir o tempo e como contar por meses teria sido muito fatigante, necessariamente foi escolhida uma divisão mais elástica.

Existe a teoria de que os primeiros anos se compunham de cinco meses, de trinta dias cada um, tomando o numero cinco por ser este o numero dos dedos da mão.

Também se disse que, antes de existirem os anos de cinco meses, houve anos de um mês, ou o que é o mesmo, que o período da revolução da lua equivalia a um ano. Os que afirmam isto, fundamentam-se nas longas idades alcançadas pelo primeiro homens bíblicos.

Nesta conformidade, os 930 anos da vida de Adão, calculados na razão de 29 dias e meio, dão 75 anos e aproximadamente 2,3797 meses, o que é já uma longevidade razoável.

Para que não paire dúvidas e desgaste aos nossos visitantes com os cálculos envolvidos, vejamos quais foram os critérios que utilizamos para chegarmos aos valores acima. Antes de tudo, convém explicarmos que trabalhamos com cifras astronômicas (aproximadas), ao invés de recorrermos aos calendários, gregoriano ou juliano e também ao chamado período juliano.

As lunações (Revolução Sinódica) aproximam-se astronomicamente do número 29,5305881 dias médios.

Por sua vez, o ano astronômico (Revolução Trópica) aproxima-se de 365,24219296 dias médios.

930 anos da vida de Adão (Bíblia) X 29,5305881 = 27.463,4469 dias médios;

27.463,4469 divididos por 365,24219296 dias médios = 75,1924 anos

Concluindo, aplicando-se uma regra de três simples, teremos:

1 ano = 365,24219296
0,1924 x

x = 365,24219296 vezes 0,1924 = 70, 2726 dias

70,2726 dias dividido por 29,5305881 = 2,3797 meses

Partindo-se desse pressuposto, os 969 anos atribuídos a Matusalém reduzem-se a 78 anos 4,2757 meses aproximadamente, como podemos constatar a seguir:

969 anos da vida de Matusalém (Bíblia) X 29,5305881 = 28.615,1399 dias médios;

28.615,1399 divididos por 365,24219296 dias médios = 78,3457 anos

Concluindo, aplicando-se uma regra de três simples, teremos:

1 ano = 365,24219296
0,3457 x

x = 365,24219296 vezes 0,3457 = 126,2642 dias

126,2642 dias dividido por 29,5305881 = 4,2757 meses

Baseado nesse raciocínio, Matusalém deixa de levar a "Palma de Ouro" no tocante a velhice, pois os seus famosos 969 anos ficam reduzidos a 78 e um pouco mais de 4 meses, com o que o famoso velho fica rejuvenescido como um Fausto.

Esta teoria tem muitos visos de verossimilhança se se observar, desde Noé a David a duração da vida é onze duodécimos partes mais curta do que nas épocas anteriores, indicio de que chegou uma época em que os anos abrangeram um espaço de tempo muito mais vasto. isto deve ter ocorrido ao descobrirem-se os equinócios da primavera e do outono, quando os dias e as noites são de duração igual.

Com o novo computo, o ano constava de cinco meses de trinta dias, e sobre a base de um ano de 150 dias, os 175 anos de Abraão reduzem-se a 72, os 180 de Isaac a 74.

RESSALVA- Considere o texto acima um mero apanhado; seria muita pretensão nossa, em assunto dessa magnitude, onde aprofundaram-se eruditos dos mais brilhantes, impor como verdade aos nossos visitantes assertivas que merecem um estudo bem mais aprofundado. Com o advento da Internet, principalmente na utilização de buscadores poderosos, enfatizando o Google, a tarefa do pesquisador ficou bem mais amenas.

Como subsidio, anexamos duas considerações,coletadas em buscas um pouco mais refinadas, que podem ajudar no aprofundamento dos estudos.

Primeira fonte:

CRONOLOGIA DOS TEMPOS BÍBLICOS



I - DESDE A CRIAÇÃO DO MUNDO ATÉ AO NASCIMENTO DE ABRAÃO.

Os dados para este período derivam dos registros da história hebraica em Gn 5: 1-32; 7: 11; 11: 10-26. Há vários métodos possíveis de interpretá-los, entre os quais, mencionaremos os seguintes:

(1) A genealogia foi elaboradas pelos escritores antigos de mesmo modo que o seria pelos autores modernos.

Adão - tendo vivido 130 anos, gerou a

Sete - que viveu 105 anos, gerou a

Enos - tendo vivido 90 anos, gerou a

Cainã - tendo vivido 70 anos, gerou a

Malaleel - tendo vivido 65 anos, gerou a

Jarede - tendo vivido 162 anos, gerou a

Enoque - tendo vivido 65 anos, gerou a

Matusalém - tendo vivido 187 anos, gerou a

Lameque - tendo vivido 182 anos, gerou a

Noé - tendo vivido 600 anos, Veio o dilúvio

Desde a criação do dilúvio = 1656 anos

Noé tendo vivido 500 anos gerou a

Sem - tendo vivido 100 anos, gerou a

Arfaxade - tendo vivido 35 anos, gerou a

Salá - tendo vivido 30 anos, gerou a

Heber - tendo vivido 34 anos, gerou a

Fáleque - tendo vivido 30 anos, gerou a

Ragaú - tendo vivido 32 anos, gerou a

Seruque - tendo vivido 30 anos, gerou a

Naor - tendo vivido 29 anos, gerou a

Terá - tendo vivido 70 anos, gerou a Abrão -

Depois do nascimento de Noé - 890 anos

Depois do dilúvio - 290 anos

Depois da criação do mundo - 1946 anos

Os dois anos mencionados em Gn 11: 10`, são adicionados a este resultado, pelo arcebispo Usher, segundo o qual, Terá gerou os seus filhos quando o mundo contava 1948 anos de existência. Por esta interpretação, Sem não podia ser o filho mais velho de Noé, como geralmente se crê, nascido quando o velho pai tinha 500 anos de idade, Gn 5: 32. Porém o capítulo 11: 10, tem outra explicação. Interpretando a data da genealogia como já foi dito, Noé tendo vivido 500 anos, gerou a Sem, que tendo vivido 100 anos, gerou a Arfaxade; portanto, este nasceu ao ano 601 da vida de Noé, isto é, no segundo ano civil, depois do ano diluvial, que se deu no ano 600 da vida de Noé, 7: 6, 11, que durou cinco meses daquele ano. Noé viveu 350 anos completos, 9: 28. Quando começou o dilúvio tinha 599 anos e alguns meses. Como vivesse 350 anos mais, veio a morrer, quando tinha 949 anos e alguns meses, isto é, no ano 950 de sua idade, 9: 29. Há discrepância entre o pentateuco hebraico, o samaritano e a versão dos Setenta. O texto hebraico é evidentemente o mais exato no que respeita a datas. Os Setenta, provavelmente, baseando-se na longevidade dos antediluvianos, e que antes de 150 anos não tinham o seu primeiro filho, tomaram a liberdade de acrescentar um século à data dos hebreus, o que eles fizeram, como se diz, no caso de Adão, Sete, Enos, Cainã, Malaleel e Enoque. As variações menores são as que se reférem a Lameque. O texto alexandrino e o luciano dão 188 + 565 = 753 anos, e Luciano divide a idade de Matusalém em 167 + 802 = 969 anos. O Pentateuco samaritano, sob a hipótese de que um antediluviano não poderia gerar filhos senão depois de 150 anos de idade, e vendo que Jarede somente os teve aos 162 e Matusalém, aos 187, (e segundo Luciano aos 167) e Lameque aos 182, reduziu os algarismos a 62, 67 e 53.

Deste modo, encurtou o total das existências, enquanto que os Setenta balancearam cuidadosamente as suas adições à primeira parte das vidas com as subtrações correspondentes da última parte, de modo que o total de cada existência era igual naquela versão, bem como no original hebraico, exceto no caso de Lameque. O mesmo se deu em referência aos patriarcas pós-diluvianos, anteriores a Abraão. Os Setenta hesitam em dar-lhes menos de 100 anos para o nascimento de seu primeiro filho, acrescenta 100 anos às idades em que foram gerados os filhos de Arfaxade de Salá, de Heber, de Fálegue, de Ragaú, de Serugue, e mais 50, à vida de Naor quando gerou Taré. Segundo os manuscritos de Alexandria e de Luciano, depois de Arfaxade, insere Cainã e diz que este gerou a Salá quando tinha 130 anos de idade. O Pentateuco samaritano concede que eles gerassem filhos depois de 50 anos, no caso Arfaxade, Salá, Heber, Fálegue, Ragaú e Serugue, acrescenta 100 anos à idade que o texto hebraico dá e mais 50 anos no caso de Naor.

(2) Admite-se que algumas, ou muitas linhas genealógicas tenham sido omitidas. Como se dá em outras genealogias dos hebreus, cada membro conta ser quem gerou o seu sucessor, ainda que este seja seu neto, ou ainda descendente mais remoto; como se dá com a genealogia real do evangelho segundo S. Mateus, onde desaparecem os nomes de três reis, Ocozias, Joás e Amazias, e onde se diz que Jorão gerou a Ozias, que era seu bisneto. Vê-se pois, que somente são mencionados os membros proeminentes da linha genealógica; ou ainda dão número determinado, habilmente escolhido para auxílio da memória. Assim pois, na genealogia segundo S. Mateus, dão-se grupos de duas vezes sete, e em Gênesis os grupos são de dez. Viveu Adão 130 anos e gerou a Sete, que tendo 105 anos gerou a Enos, que na idade de 90 anos gerou a Cainã, que tendo 70 anos, gerou a Malaleel.

Segundo esta teoria, os registros hebraicos não oferecem base segura para organizar uma cronologia exata, desde Adão até Abraão. Supõe ainda que a idade atribuída aos patriarcas é a de uma existência normal. Adão viveu 930 anos. Esta longevidade extraordinária explica-se pelo fato de que o pecado, cujos efeitos físicos geram as enfermidades e ocasionam a morte, tinham apenas iniciado a sua maligna influência sobre a raça humana, cuja intensidade aumentou com o desenvolvimento das gerações futuras. O balanço entre a existência do homem em seu estado de inocência e o homem na condição de ente decaído, ainda não se tinha obtido.

(3) Pode-se admitir ainda que os nomes de indivíduos representam famílias, e sejam tomados no sentido coletivo, como a palavra Israel que representa o patriarca e seus descendentes; Cim, que é tomado em lugar de Cíneos, Nm 24: 22, e Davi, representando a casa real, 1 Rs 12: 16. Outras vezes a família toma o nome de seu progenitor, ou de algum outro membro proeminente da tribo; outras vezes, ainda, o nome da tribo, ou do lugar de seu nascimento ou de sua residência, aplica-se à pessoa de seu representante, como se dá hoje com alguns indivíduos, que são designados pelo nome da família donde procedem; é com os titulares, que são tratados pelo nome do lugar de que se origina o seu título. Em Gênesis 10, os nomes das genealogias são às vezes, de indivíduos, de povo, de cidade e de países. Na geração de Abraão, mencionada neste capítulo, Arfaxade filho de Sem, 10: 22, é também o nome de uma região povoada pelos descendentes de Sem, onde nasceu Selá. A longevidade é o período durante o qual uma família teve o predomínio sobre os seus contemporâneos.

ADÃO - Ano 1 a 930

Origem da família de Sete, quando Adão tinha 130 anos, 5: 3,

A linha de Adão exerceu a direção dos negócios familiares durante 930 anos, v. 5, e depois foi substituída pela Família de Sete

FAMÍLIA DE SETE - Ano 930 a 1035

105 anos depois que esta família se formou, surgiu a família de Enos, v. 6.

Depois de 912 anos, v. 8, a família de Sete foi substituída pela

FAMÍLIA DE ENOS - Ano 1035 a 1842

90 anos depois de Enos assumir a direção da família, derivou dela a família de Cainã, v. 9.

815 anos depois, v. 10, Enos deu lugar à

FAMÍLIA DE CAINÃ - Ano 1842 a 2747

FAMÍLIA DE LAMEQUE - Ano 2747 a 6848

Família que tomou este nome originária de Noé.

Lameque tem como sucessor a

FAMÍLIA DE NOÉ - Ano 6848 a 8575

Sem, Cão e Jafé, nascem cerca de 8125.

DILÚVIO - Ano 8225

Arfaxade, sua origem - ano 8227

A RAÇA DE SEM - Ano 8575 a ? distinta de outros descendentes de Noé, torna-se preeminente.

Conclui-se que os anos, desde a criação de Adão até ao dilúvio, foram 8225, e desde Adão até à morte de Taré, poderão ser 11571. Este esboço mostra uma das aplicações da teoria; convindo lembrar que vários pontos da genealogia estão sujeitos a interpretações diversas, subordinadas a preferências individuais, até que novas investigações venham esclarecer definitivamente o assunto.

II. DESDE O NASCIMENTO DE ABRAÃO ATÉ AO ÊXODO

Quanto tempo depois do dilúvio nasceu Abraão é o que não se pode saber pela narração bíblica, nem mesmo pelo primeiro método acima enumerado, e empregado por Usher na interpretação da genealogia desde Adão até Abraão, uma vez que a Bíblia não diz a idade de Taré, quando Abraão nasceu. Segundo Usher, Abraão nasceu em 1996 A. C. O período desde o nascimento de Abraão e a descida para o Egito pode ser calculada assim:

Nascimento de Abraão até o

Nascimento de Isaque - 100 anos - Gn 21: 5

Nascimento de Jacó - 60 anos - Gn 25: 26

Idade de Jacó quando desceu ao Egito - 130 anos - Gn 47: 9.

Total - 290 anos

A peregrinação dos filhos de Israel no Egito durou 430 anos, Ex 12: 40, 41. O cálculo deste período será feito sobre data inicial? ou sobre a data do pacto com Abraão, quando ele tinha 75 ou 85 anos, 12: 4; 16: 3 ou como crê Usher e outros, sobre a época da descida para o Egito? Provavelmente será sobre época. Geralmente se crê que Ramsés II foi o Faraó da opressão, e que o seu sucessor Meneptá foi o Faraó do Êxodo. A data de Ramsés II pode ser aproximadamente, pelo fato de Amenofis IV, rei do Egito, ser contemporâneo de Asurubalite, rei da Assíria. Tuculti-Adar, quinto descendente de Asurubalite reinou`, segundo um registro de Senaqueribe, 1300 A. C. O quinto ou sexto rei do trono do Egito depois de Amenofis IV, foi Ramsés II, indício seguro de que este rei governou no ano 1300 A. C. A data do reinado de Meneptá foi determinada da seguinte forma: Menofres, que parece ser o mesmo Meneptá, é o rei em cujo domínio começou o período Sótico de 1460 anos. Segundo o astrônomo Theon, o período Sótico terminou em 139 A. C., portanto deveria ter começado em 1321, de modo que o período do reinado de Meneptá foi incluído no ano 1321. Na base deste cálculo, para determinar o reinado de Ramsés II e de Meneptá, o Êxodo pode ser provavelmente fixado no ano 1320. Esta data ainda pode ser reduzida a menos 40 anos, se o Dr. Mahler, astrônomo de Viena provar que a sua opinião, baseada em cálculos astronômicos, é verdadeira, que Ramsés II reinou desde 1348 a 1281 A. C.

Continua

http://br.geocities.com/nmb142000/cronologia_biblica.html


Segunda fonte:

A idade dos patriarcas
no Antigo Testamento

Pe. Ariel Alvarez Valdés
Tierra Santa - janeiro e fevereiro de 94
Tradução: Mons. Nelson Rafael Fleury

1- No ano de 1654, um Bispo Anglicano chama James Usher, erudito e grande estudioso da Bíblia, pensou que era possível estabelecer exatamente a data da criação do Mundo. Para isto ele se dedicou ao estudo das cronologias bíblicas e, depois de árduas investigações, chegou à conclusão de que o mundo fora criado no dia 6 de outubro do ano 4.004 a.C. - E não fixou somente o dia e ano, mas deu até a hora exata: eram precisamente 9 horas da manhã quando Deus disse: "Faça-se a Luz". Isto o Bispo pôde estabelecer graças ao Livro do Gênesis, onde temos cuidadosamente anotadas as idades somam uns 2.000 anos. De Abraão em diante a coisa é mais fácil, já que consta certamente que de Abraão a Jesus Cristo foram decorridos outros 2.000 anos.

E, de Jesus Cristo até nós, outros 2000 anos. Assim que a antigüidade do Universo até nossos dias seria de uns 6.000 anos. - São exatos, porém, estes dados da Bíblia? Podemos aceitar como históricas as datas de nascimento e morte dos Patriarcas bíblicos que vão de Adão o único homem que, secundo o Bispo Usher, já nasceu adulto, até Abraão, e sustentar que a criação se deu no ano 4.004 a.C.

Os Patriarcas - no capítulo V do Gênesis, encontramos uma lista de dez Patriarcas chamados "Pré-diluvianos" Porque são anteriores ao relato do Diluvio Universal. Estes cobrem o espaço que vai de Adão até Noé. São eles: Adão, Set, Enos, Cainã, Malalel, Jared, Henoc, Matusalem, Lamec e Noé.

Já no Cap. XI encontramos outro elenco de outros dez Patriarcas, desta vez chamados de "Pós-diluvianos", e que preenchem período que vai de Noé até Abraão. Estes são: Sem, Arfaxad, Sale, Heber, Faleg, Reú, Sarug, Nacor, Tare e Abraão. Com estes 20 Patriarcas é preenchido o tempo decorrido de Adão, o Pai da humanidade, até Abraão, o Pai de Israel.

Assim à primeira vista, as datas e os dados referentes a cada Patriarca parecem ser históricos. Mas, se os analisarmos mais detidamente, vamos encontrar três grandes dificuldades: 1) que os Patriarcas tenham sido tão poucos; 2) que tenham vivido tantos anos; 3) que suas idades vão diminuindo progressivamente.

Com relação ao 1º ponto: Os estudiosos de nossa pré-história tem confirmado que a antigüidade do homem sobre a terra é muito maior do que os 6 mil anos propostos na Bíblia. O "homo sapiens", nosso antepassado, remonta aos 500 mil anos. Sem falar no "homo Habilis", a primeira espécie considerada humana pelos cientistas, que há existiria a dois milhões e meio de anos. E esta seria a verdadeira idade do homem sobre a terra.

Como, pois, colocar somente 4 mil anos entre Adão e Jesus Cristo? Com relação às outras dificuldades: - chama nossa atenção a extraordinária longevidade dos Patriarcas. Com todos os progressos atuais da medicina, a média de vida do homem moderno não consegue ultrapassar os 70 ou 80 anos. Como, pois, o homem primitivo para quem , segundo os estudos das condições sociais e de higiene da época, as perspectivas de sobrevida eram muito menores do que as nossas, poderia atingir idade tão avançada?

Outra coisa: A bíblia sustenta, ainda, que de Adão para a frente o tempo de vida da humanidade foi diminuindo progressivamente. Por isso os Patriarcas "pré-diluvianos", de Adão a Noé, conseguiram viver entre 1.000 anos e 700 anos. Ao passo que os Patriarcas "pós-diluvianos" morreram mais "jovens..." entre 600 anos e 200 anos. Segundo o Gênesis (6,3), o próprio Deus, cansado dos pecados dos primeiros homens deu um decreto abaixando suas idades: "d'agora em diante viverão só 120 anos". Infelizmente para nós constatamos eu, ainda na atualidade, dificilmente a gente chegar aos anos fixados por Deus!...

É bom notar que as pesquisas paleontológicas nos assinalam que, enquanto o homem pré-histórico tinha uma média de vida de só 29 anos, nos tempo de Jesus cristo esta média já era de 50 anos. No começo do século XIX subiu para 55 anos. E, em princípios deste século, chegou aos 60 anos. E, atualmente, os habitantes dos países industrializados tem a esperança de uma média de 75 anos.

3- Para que serve uma genealogia? - Os relatos da longevidade dos Patriarcas estão em contradição com aquilo que nos explicitam a ciência? Ou esses números tem alguma outra mensagem que nos escape ao interpretá-los literalmente? Para resolver a dificuldade apresentada, isto é, a pouca distância que a Bíblia coloca entre Adão e Abraão é preciso ter em conta a diferente significado que tem as nossas genealogias e as genealogias da Bíblia.

Para nós uma árvore genealógica é um documento de caráter biológico - histórico. Com este documento intentamos justificar a verdadeira descendência de uma pessoa e explicar as suas características genéticas. Por isso não é válida uma cadeia de nomes se falta entre eles algum elo.

Para a Bíblia, entretanto, uma lista genealógica é um documento de caráter jurídico que serve para legitimar determinados direitos. Por isso, na lista genealógico que serve para legitimar determinados direitos. Por isso, na lista genealógica da humanidade as palavras "pai", "gerou", "filho" designam não tanto a idéia de procriação imediata, mas sim a transmissão de um direito. Por isso não é necessário que as listas genealógicas sejam completas.

Pois bem: o Autor bíblico precisava encher o imenso espaço que havia entre Adão, o 1º homem, e Abraão, o 1º personagem do Gênesis de quem tinha notícia históricas. Os povos vizinhos de Israel preenchiam esse espaço com personagens mitológicas e antepassados divinos: deuses, semi-deuses e heróis. E aqui entra a grande invasão da Bíblia: afim de cortar pelas raízes as divagações da imaginação e evitar a tentação de cair na idolatria de divindades antecessoras, o hagiógrafo escolhe personagens de carne e osso como legítimos antepassados de Israel.

Na tradição israelita surgiram vários nomes e algumas tabelas genealógicas. E, embora o Autor sagrado tivesse consciência de que entre o princípio da humanidade e Abraão houvesse transcorrido um tempo imenso, ele escolhe para preencher este tempo somente 10 nomes. "Dez", número redondo muito usado na antigüidade por razões memotécnicas: era mais fácil recordá-los com os 10 dedos das mãos. Daí vem esta "casualidade" de que tanto entre Adão e Noé (Patriarcas pré-diluvianos), como entre Noé e Abraão (Patriarcas pós-diluvianos), tenha existido exatamente 10 antepassados. Os dados recolhidos no relato bíblico não pretendem, portanto, ter um sentido estritamente histórico nem cronológico. Os 20 nomes são reminiscências de velhas tradições. Porém, querem ensinar uma verdade religiosa muito importante: que a Promessa feita a Adão em Gênesis 3,15, chega até Abraão por uma cadeia ininterrupta de herdeiros. Existe, pois, unidade e continuidade na História da Salvação. Só por este imenso valor religioso estas vertustas genealogias foram inspiradas por Deus e fazem parte da Santa Bíblia.

4- Os números dos longos anos dos Patriarcas - A longa idade dos Patriarcas é um problema que nos é apresentado pela narração bíblica. Até pouco tempo esta longevidade era tida como real e até se acreditava que esta longevidade era um vestígio da vitalidade do homem primitivo, lá nas suas origens. Ainda hoje muitos continuam apegados a esta interpretação literal. Recentemente um pastor protestante explicava esta longevidade assim: A atmosfera daquela época estava condicionada a uma espécie de "hibernação", preparada por Deus no 2º dia da criação (Gn 1,7), quando separou as águas de cima das águas de baixo. Esta "hibernação" permitia a vida em excelentes condições biológicas, até que foi destruída pelas águas do dilúvio universal. Interpretações deste tipo, além de não terem nenhum apoio científico, são inaceitáveis. Com efeito: um exame mais atento nos mostra muito bem que o texto bíblico especulou com o valor simbólico dos números, como se fazia habitualmente no antigo Oriente.

Por exemplo: Por que Adão morreu aos 930 anos? - Porque este número é igual a 1.000 (o número de Deus, segundo o Salmo 90,4) menos 70 (o número da perfeição). Quer dizer: que por seu pecado, a Adão restou o nº. da perfeição e não pode alcançar o nº de Deus. - Cainã, o 4º da lista pré-diluvianos (5,12) gerou seu filho aos 70 anos (nº. da perfeição). E viveu ainda outros 840 anos, quantidade que eqüivale a 3 (nº. da Trindade) multiplicado por 7 (nº. perfeito) multiplicado por 40 (nº. muito usado na Bíblia na Bíblia e que representa o tempo de uma geração). - HENOC, o 7º da lista, viveu 365 anos, cifra pequena, porém perfeita, pois corresponde aos dias do ano eu eternamente é repetido. Por isso Henoc é o único da lista do qual não se menciona a morte. E só se faz esta surpreendente afirmação: "andou com Deus e desapareceu porque Deus o levou" (5,24). Por isso, também ocupa o 7º lugar na lista, 1ugar perfeito. Lamec, o 9º, foi Pai aos 182 anos, ou seja 7 multiplicado por 26 semanas (que são exatamente a metade de um ano solar). Viveu um total de 777 anos.

Também a idade de Noé é simbólica. O dilúvio sobreveio quando ele tinha 600 anos, ou seja 10 multiplicado por 60. Pois bem, 60 representa a divisibilidade máxima (por 2, 3, 4, 5, 6) e portanto, a síntese do sistema sexagonal e decimal. Um dos mais interessantes jogos de números simbólicos é o das idades dos Patriarcas posteriores, isto é, Abraão, seu filho Isac, e seu neto, Jacó. A Bíblia diz que os três morreram respectivamente com 175, 180 e 147 anos.

Abraão: 175 anos = 7x (5x5)
Usac: 180 anos = 5x (6x6)
Jacó: 147 anos = 3x (7x7) - Aqui o multiplicador começa em Abraão com o nº perfeito 7, que é um nº primo. Passa ara Isac com o nº primo logo abaixo 5, e chega a Jacó com o nº primo 3. Enquanto estes números 7, 5, 3 diminuem os números multiplicados se repetem duas vezes e aumentam progressivamente: 5, 6 e 7. E não para por aqui: se em vez de multiplicar, somarmos estes números teremos:
Abraão: 7 + 5 + 5 = 17
Isac: 5 + 6 + 6 = 17
Jacó: 3 + 7 + 7 = 17 - Quer dizer: todas as somas dão 17 que, além de ser nº primo, é a idade que José, filho de Jacó, havia vivido com seu Pai quando seus irmãos o venderam para o Egito (Gn 37,2), e que mais tarde o mesmo José viveu junto a Jacó no País do Nilo (Gn 47,28).

Estes complicados jogos numéricos provavelmente teriam algum outro sentido que nós ignoramos. Da mesma forma, também, nos escapa o significado dessas idades dos patriarcas pré e pós diluvianos e ficamos sem saber qual realmente era a intenção do Autor sagrado.

De qualquer forma temos certeza de que estas cifras pretendiam expressar um ato de fé: que na vida dos Patriarcas nada acontecia por acaso e que suas vidas foram agradáveis a deus nos anos que eles viveram.

Finalmente resta-nos analisar o problema da diminuição progressiva das referidas idades. Também aqui está contida uma verdade teológica. Para os escritores bíblicos a idade de uma pessoa e vida longa dependem de sua fidelidade a Deus. isto está dito várias vezes no texto sagrado. O livro do Exôdo, por exemplo, ao enumerar os dez mandamentos aconselha: "Honra teu pai e tua mãe para que tenhas longa vida" (20, 12). E o Livro dos Provérbios afirma que "o respeito a Deus prolonga a vida, porém os anos dos maus serão diminuídos" (10,27). Portanto, o encurtamento progressivo das vidas dos Patriarcas não é um fato biológico, mas uma idéia teológica: ao ir a humanidade se afastando de Deus, as pessoas vão vivendo menos. Até o próprio Deus, quando viu que a corrupção era generalizada, disse: "... (O homem) já não viverá mais do que 120 anos" (Gn. 6,36). De acordo com esta perspetiva de que a idade estava em função dos pecados, Noé que viveu 950 anos era um homem santo.

Por que este modo de pensar daquele tempo? Porque no Antigo Testamento não havia, ainda, uma noção clara da vida depois da morte. Conforme a mentalidade da época, já que Deus não tinha como premiar os bons depois de sua morte, premiava-os já aqui na terra com muitos anos de vida. assim, quando se queria dizer que uma pessoa fora boa, dizia-se que ela viveu muitos anos. O pecador, ao contrário, teria morte prematura. Muitos anos de vida era a bênção de Deus para as pessoas justas. Como o justo Jó, de quem a Bíblia fala que morreu ancião e coberto de dias (42,17), um dado sem importância se não contivesse uma mensagem religiosa. Da mesma forma, Abraão, Isac, Jacó e todos os Patriarcas que completam o espaço entre Adão e Abraão: viveram muitos anos porque todos eram justos e por isso merecedores da recompensa divina.

A promessa, pois, de bênção de deus que cada um transmitia a seus descendentes desde Adão, chegou sã e salva até nós através de boas mãos.

Será Cristo que vai trazer a grande novidade, já insinuada pouco antes de sua vinda, de que o homem continua vivendo depois desta vida terrena. Isto é, o homem tem vida eterna.

Então já não há mais necessidade de se aumentar a idade das pessoas para dizer que deus as recompensa. Basta dizer que ao morrer foram gozar o prêmio eterno. De Cristo em diante o que importa não é quantos anos se vive, mas como se vivem estes anos. Já não existem vidas longas nem vidas curtas, mas vidas com sentido e vidas sem sentido.

É verdade que atualmente a ciência médica conseguiu prolongar a vida do homem sobre a terra até os 70 anos, mas ou menos, ou que corresponde a umas 4.000 semanas de vida... Porém, isto não é o mais importante. Se uma pessoa soube amar e servir ao próximo com desinteresse, se sua mão esteve sempre estendida para ajudar o necessitado, se foi sensível à dor alheia, se fez o que pôde para enxugar as lágrimas dos outros, sua vida foi um verdadeiro êxito, mesmo tendo vivido poucos anos - "Cnsumatus in brevi explevit tempora multa - embora vivendo pouco tempo completou uma longa jornada" - como nos diz a liturgia.

No contexto dos Patriarcas que duraram muitos anos na terra, segundo a mentalidade do Antigo Testamento, uma vida como a de Jesus Cristo, que morreu com menos de 40 anos, teria sido um fracasso e um sinal de maldição divina. Porém hoje nós sabemos que o que importa não é viver muitos anos, mas viver plenamente os poucos ou muitos anos de nossa vida. viver por viver, perdurar, não terá nenhum mérito se não se der um verdadeiro sentido a esta vida.

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O Credo dos Optimistas foi escrito há quase 100 anos por Christian D. Larson.
Eu prometo a mim mesmo Ser tão forte que nada poderá atrapalhar minha paz de espírito.Falar apenas de saúde, felicidade, e prosperidade para cada pessoa que eu encontrar.Fazer todos os meus amigos sentirem que há algo de valor dentro deles.Ver o lado positivo de tudo e fazer meu optimismo se tornar real.Pensar apenas sobre o melhor, trabalhar apenas para o melhor e esperar apenas o melhor.Ser tão entusiasmado com o sucesso dos outros quanto eu sou para o meu próprio sucesso.Esquecer os enganos do passado e me concentrar apenas nas maiores realizações do futuro.Vestir uma expressão de alegria todo o tempo e sorrir para toda criatura viva que eu encontrar.Direccionar todo meu tempo para me melhorar de maneira a não sobrar tempo para criticar os outros.Ser grande demais para preocupar-me, nobre demais para ter raiva, forte demais para ter medo, e feliz demais para permitir a presença de problemas.Pensar o melhor de mim mesmo, e anunciar isso ao mundo, não em palavras ruidosas, mas sim em grandes acções.Viver na fé de que o mundo inteiro está do meu lado, à medida em que sou sincero e verdadeiro quanto àquilo que há de melhor em mim.
Assim seja!


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Sou misterioso, sou muito ligado ás tradições. sonhador da ternura da imaginação e da memória com tenacidade fixa, idealizo as recordações, acontecimentos e sentimentos do passado para me proteger contra as incertezas do futuro. No amor há algo dentro de mim como nos contos de fadas, com a a minha princesa, mas também com uma maldição para combater os monstros ameaçadores. Tento ser um romântico, mergulhando num sonho ideal e inacessível. O meu humor é extremamente mutável e em ocasiões sou rabugento e agressivo, tenho necessidade de auto-defensa (às vezes antes mesmo de ser atacado) é uma das minhas características não muito agradáveis. Oscilo entre o júbilo e a depressão. Ás vezes sou muito fechado. Costumo ser intelectualmente ligado às artes e à poesia.

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