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quarta-feira, março 05, 2008

DAR-SE É POSSUIR-SE


Nascemos para amar e ser dom. Ninguém se pode realizar sozinho. Os outros são mediações fundamentais para a nossa estruturação pessoal.

É verdade que ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa realização pessoal. Só nos podemos humanizar em relações com os demais. Os outros são para nós mediações para Deus nos colocar na existência.

As pessoas são dons de Deus umas para as outras. Mas como Deus não manipula os seres humanos, cada pessoa é apenas dom em possibilidade. Isto quer dizer que pode concretizar ou não essas possibilidades. Deus não se impõe ao Homem, a fim de este poder ser livre consciente e responsável.

Deus concede-nos os seus dons sempre em forma de possibilidades, a fim de os podermos aceitar e fazer render como diz a parábola dos talentos (cf. Mt 25, 14-30). Deus Propõe-nos os seus dons, não no-los impõe, aliás não seriam dons, mas imposições.

Ao criar-nos, Deus dá-nos um leque de possibilidades. Entre estas possibilidades dá-nos uma muito especial: a possibilidade de sermos dom para os outros. Isto significa que dar-se aos outros é um dom de Deus para os demais, mas também um dom de Deus para nós.

Só podemos atingir a maturidade do amor dando-nos aos outros. A possibilidade de a pessoa se dar amorosamente aos outros é um dom fundamental para a sua felicidade e salvação.

É mediante a dinâmica do dom que a pessoa atinge a sua plena realização e felicidade. Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão com as outras pessoas.

A possibilidade de sermos dom para os outros vem-nos de Deus e coincide com a possibilidade de sermos pessoas mais realizadas. Com efeito, as possibilidades que temos de ser dom para os outros podem realizar-se ou não.

Mas podemos perguntar-nos agora: Em que medida somos possibilitados para ser para ser dom para os outros? Estamos no coração do mistério da reciprocidade amorosa: Somos capacitados para ser dom para os outros, na medida em que os outros foram dom para nós. É a lei do amor: “ Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado e o mal amado ama mal, mesmo dando o melhor de si”.

Um exemplo pode ajudar-nos a compreender melhor este mistério do amor: uma pessoa amada em densidade cinco está capacitada para amar em densidade cinco, como diz o evangelho de São Mateus (Mt 25, 20-21).

O ser humano faz-se bom, fazendo o bem, isto é, agindo de acordo com as interpelações do amor, tal como surgem na nossa consciência. A voz que nos interpela no interior da nossa consciência é o Espírito Santo.

Agir de acordo com a própria consciência é, responder sim aos valores que os outros me transmitiram e agir de acordo com a voz de Deus que se faz ouvir na nossa consciência.

O Espírito Santo, no nosso íntimo, é um apelo que nos convida a ser dom para os irmãos no concreto das diversas circunstâncias. Nunca nos pede para darmos mais do que as possibilidades que temos de ser dom.

Mas a pessoa não é apenas fidelidade. Tem também a possibilidade de se recusar a ser dom. Com efeito, o amor não se impõe. Neste caso, o ser humano, em vez de se realizar como pessoa e facilitar a realização dos outros, pode tornar-se uma força negativa no tecido social humano.

Esta negação pode chegar a ser sistemática e incondicional, até ao ponto de se estruturar em estado de inferno ou estado de solidão total. O estado de inferno é o estado de auto enroscamento total.

Quando aceito ser dom para os outros estou a ser fiel a Deus que me chama a fazer render os meus talentos. Além disso, estou a ser fiel aos que me amaram e, portanto, me possibilitaram para amar. E, finalmente, estou-me a realizar como pessoa e a possibilitar a realização dos outros.

Como vemos, o amor dos outros não nos realiza, mas dá-nos a possibilidade de nos realizarmos tornando-nos dom para as pessoas. Quando nos encontramos com os outros temos, em princípio, a possibilidade de ser dom. Mas isto não é uma fatalidade, pois o outro também nos pode impedir a realização da possibilidade de sermos dom para ele.

Não podemos ignorar a realidade do pecado, o qual actua como um conjunto de forças e atitudes bloqueadoras do amor. Sempre que os nossos encontros com os outros são significativos, O Espírito Santo, na nossa consciência, interpela-nos no sentido de sermos dom na medida em que pudermos.

Eis algumas atitudes importantes para sermos dom para os outros:

a) A amizade: A amizade acontece quando as pessoas se encontram e decidem ser dom umas para as outras. O mesmo podemos dizer, por exemplo, de duas pessoas que decidem fazer uma história de amor matrimonial, ou viver a fraternidade de uma família religiosa cujos laços são os do Espírito Santo e não os da carne.

Os amigos são dons recebidos e dons oferecidos. Quando as pessoas aceitam ser dom umas para as outras acontece a comunhão, dinâmica que conduz à plenitude do amor. A amizade é um dos maiores remédios para combater a doença da solidão. O amor dos amigos faz que gostemos mais de nós.

É preciso ser humilde para merecer ter amigos. As pessoas que pretendem ser mais que os outros ou estar acima deles nunca chegarão a ter verdadeiros amigos.

Os verdadeiros amigos querem o melhor para os seus amigos, por isso são capazes de os elogiar, mas também de lhes dizer verdades que não são agradáveis, a fim de os ajudar a crescer como pessoas. No entanto, o verdadeiro amigo aceita os amigos assim como são e procurar facilitar a realização e felicidade dos seus amigos.

b) Atenção aos outros: Vivemos num mundo cheio de solidão. Dar atenção a uma pessoa é como dar de comer a uma criança que não se pode alimentar por si. De facto, a pessoa não é capaz de sair sozinha da solidão. Os outros são uma mediação indispensável para a cura da solidão.

Dando atenção à pessoa do outro, escutando-a, compreendendo-a, aceitando-a como é sem fazer juízos de valor, estamos a possibilitar a libertação da sua solidão e a possibilitar a sua alegria e felicidade.

c) Amabilidade: é uma das formas mais simpáticas de viver o amor. Um gesto amável ou uma palavra amiga ajuda o outro a sentir-se aceite e válido. Mostrar simpatia por uma pessoa é aumentar as suas possibilidades de integração e realização social.

Não podemos esquecer que começamos por ser através dos outros. A pessoa não é capaz de gostar de si, antes de alguém ter gostado dela. Como dissemos acima, construímo-nos em relações com os outros e encontramos a nossa plenitude pessoal na comunhão com os demais.

d) Perdão: É um dom muito importante para que possam acontecer relações humanizantes. O perdão beneficia a pessoa perdoada, mas sobretudo a pessoa que perdoa. Com efeito, enquanto não perdoamos ao outro este domina-nos, pois gravita no nosso íntimo sem sermos capazes de nos libertar dele. É no momento em que lhe perdoamos que ele deixa de ser em nós uma presença obsessiva.

O ressentimento e o ódio são sentimentos opressores da pessoa que os tem. Esta pessoa só se libertará através de uma atitude interior de perdão. Neste momento sentimo-nos livres e o outro desculpabilizado.

e) Compreensão: Compreender não é tentar anular as diferenças entre as pessoas. Não podemos esquecer que cada pessoa é única, original e irrepetível. Compreender é procurar entender o que o outro está tentando dizer-nos ou fazer. E, apesar de ser diferente de nós, valorizar o bem que ele está realizando.

Já lá vai o tempo em que os cristãos diziam que o bem feito pelos pagãos não tina méritos para o céu. Uma pessoa que age movida pelo amor, ainda que seja pagã, está a entrar na comunhão universal do Reino de Deus. Compreender o outro é ajudá-lo a aceitar-se tal como é, condição para conseguir ser melhor.

f) Aceitação: Todos somos sensíveis às atitudes dos outros para connosco. Damo-nos muito bem conta de quando os demais nos estão a dar a mão ou nos estão a marginalizar e rejeitar.

Uma criança é capacitada para fazer melhor quando se sente valorizada naquilo que acabou de fazer. Damo-nos muito bem conta de quando estamos a ser acolhidos, bem recebidos ou, pelo contrário, estamos a ser indesejados. A pessoa só se possui plenamente na reciprocidade amorosa.

Neste mundo agitado em que vivemos, há pouco lugar para a gratuidade da aceitação, pois as pessoas andam demasiado apressadas. Por isso o processo da humanização está a ser profundamente bloqueado.

As pessoas são dons preciosos de Deus umas para as outras. Amar as pessoas é acolhê-las como dons de Deus e procurar ser dom para elas. Em virtude da dignidade da pessoa humana esta só pode ser dom de Deus feito em forma de possibilidades. Por outras palavras, apesar de termos esta possibilidade, podemos recusar-nos a ser dom, pois o amor não se impõe. De facto, ninguém é capaz de nos obrigar a amar.
Calmeiro Matias

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O Credo dos Optimistas foi escrito há quase 100 anos por Christian D. Larson.
Eu prometo a mim mesmo Ser tão forte que nada poderá atrapalhar minha paz de espírito.Falar apenas de saúde, felicidade, e prosperidade para cada pessoa que eu encontrar.Fazer todos os meus amigos sentirem que há algo de valor dentro deles.Ver o lado positivo de tudo e fazer meu optimismo se tornar real.Pensar apenas sobre o melhor, trabalhar apenas para o melhor e esperar apenas o melhor.Ser tão entusiasmado com o sucesso dos outros quanto eu sou para o meu próprio sucesso.Esquecer os enganos do passado e me concentrar apenas nas maiores realizações do futuro.Vestir uma expressão de alegria todo o tempo e sorrir para toda criatura viva que eu encontrar.Direccionar todo meu tempo para me melhorar de maneira a não sobrar tempo para criticar os outros.Ser grande demais para preocupar-me, nobre demais para ter raiva, forte demais para ter medo, e feliz demais para permitir a presença de problemas.Pensar o melhor de mim mesmo, e anunciar isso ao mundo, não em palavras ruidosas, mas sim em grandes acções.Viver na fé de que o mundo inteiro está do meu lado, à medida em que sou sincero e verdadeiro quanto àquilo que há de melhor em mim.
Assim seja!


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Sou misterioso, sou muito ligado ás tradições. sonhador da ternura da imaginação e da memória com tenacidade fixa, idealizo as recordações, acontecimentos e sentimentos do passado para me proteger contra as incertezas do futuro. No amor há algo dentro de mim como nos contos de fadas, com a a minha princesa, mas também com uma maldição para combater os monstros ameaçadores. Tento ser um romântico, mergulhando num sonho ideal e inacessível. O meu humor é extremamente mutável e em ocasiões sou rabugento e agressivo, tenho necessidade de auto-defensa (às vezes antes mesmo de ser atacado) é uma das minhas características não muito agradáveis. Oscilo entre o júbilo e a depressão. Ás vezes sou muito fechado. Costumo ser intelectualmente ligado às artes e à poesia.

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