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domingo, outubro 01, 2006

OS "VELHINHOS"


A longevidade faz parte do desígnio divino com a doação do ponto culminante da vida que tem sentido devido à sabedoria do coração. Os idosos são os guardas da memória colectiva, possuem a perspectiva do passado e do futuro num presente que já é de eternidade e de serenidade, não se considerando apenas como quem espera passivamente um acontecimento destruidor, mas como aproximação promissora da plena maturidade de uma vida que nunca termina. A sua vida deverá convergir em relações entre as gerações, pondo à disposição de todos o tesouro do seu tempo, capacidades e experiências, para mostrar os valores autênticos perante as meras aparências. No actual culto da produtividade global, correm o risco de se considerarem inúteis, mas a sua presença deve demonstrar que o valor económico não é o único nem o mais importante. A vida é em si mesma o máximo valor em qualquer das suas etapas, ser ancião é a prenda mais sublime. A serenidade do idoso confere ao mundo vida e saúde, concebida como harmonia física, mental e espiritual.

Pelas estatísticas, sabemos que hoje existem mais de 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos; e, segundo as previsões, em 2050 atingirá a cifra de 2000 milhões. Calcula-se que em 2030 71% desta população viverá nos países em vias de desenvolvimento, e de 12 a 16% viverão nos países mais ricos. Mesmo se o melhor é sempre envelhecer em família, verificamos o crescente número de idosos desamparados; desta forma a Igreja católica, hoje como ontem, procura ajudá-los a nível assistencial, apesar das crescentes dificuldades, tanto por falta de pessoal como de recursos. De facto, as Agências e Organizações católicas contam actualmente com 532 lares para a terceira idade em África, 3.466 na América, 1.456 na Ásia, 7.435 na Europa e 349 na Oceânia; no total, 13.233 centros de assistência para idosos em todo o mundo.

Face à marginalização dos idosos na sociedade actual e às perspectivas do futuro, impõe-se a necessidade de criar uma sociedade que inclua todas as idades e tenha como base a igualdade entre as gerações, na qual se dê lugar ao idoso, sobretudo à mulher idosa e aos mais pobres e desprotegidos.

Algumas sugestões:
Facilitar a solidariedade entre as gerações;
incluir o idoso na tomada de decisões tanto a nível familiar como social;
permitir o acesso do idoso aos cuidados sociais básicos, incluindo os tratamentos médicos, sobretudo para quem vive nas zonas rurais;
negociar com as empresas farmacêuticas para que, a preços baixos, todos possam comprar os remédios essenciais;
dar assistência especialmente aos idosos infectados de HIV, ou àqueles que têm sob a sua responsabilidade órfãos infectados por essa doença;
assistir os idosos com enfermidades mentais, como o Alzheimer ou semelhantes:
legislar ou fortalecer os esforços legais existentes para eliminar qualquer forma de abuso;
proteger a sua dignidade e a sua vida até ao seu fim natural, promovendo os cuidados paliativos;
estimular o idoso a manter a sua auto-suficiência e mobilidade até quando lhe for possível;
promover uma cultura social na qual se dê espaço ao idoso e se eduque a sociedade, tanto nos níveis elementares como nos profissionais;
estimular o idoso a compreender a evolução da sociedade actual e estimulá-lo a não se sentir estranho nela com pessimismo e rejeição;
educar os idosos para o uso dos progressos tecnológicos elementares no campo da comunicação e informação;
estimular o idoso a ter uma imagem positiva de si mesmo e eliminar dos meios de comunicação estereótipos falsos;
promover uma educação entre as gerações, de modo que os idosos ensinem os jovens e estes os idosos, num intercâmbio recíproco.

A pobreza e os seus problemas agravam-se na velhice, especialmente em situações de emergência ou de conflitos armados. Devem-se organizar sistemas de segurança social e facilitar a iniciativa dos idosos em questões económicas, por exemplo as mini-empresas. A impagável dívida externa da maioria dos países em vias de desenvolvimento, constitui um dos principais obstáculos para enfrentar as necessidades prioritárias dos idosos e a erradicação da pobreza, e é necessário adoptar medidas adequadas para a sua urgente solução. Os idosos que emigram têm muita dificuldade de se integrarem no país para onde vão, devido a impedimentos culturais e linguísticos. Com a emigração, sobretudo nas áreas rurais, a família desintegra-se e permanecem só os idosos desprotegidos e sem apoio económico, os quais, muitas vezes, se devem ocupar das crianças deixados pelos pais, e a comunidade internacional deveria ter consciência disto e encontrar soluções.

Os idosos devem ser considerados como um tesouro da sociedade.

Idosos portugueses são os quartos mais pobres da UE

É na República Checa que os idosos têm melhor qualidade de vida. Só o Chipre, a Irlanda e a Espanha têm resultados piores que Portugal.
Dos 25 países da União Europeia (UE), Portugal aparece em quarto lugar na percentagem de idosos que vive na pobreza. 29% da população com mais de 65 anos está no limiar da pobreza, com um rendimento inferior a 60% do rendimento médio. Feitas as contas, são cerca de 260 euros.
Os dados são fornecidos pelo estudo "Poverty of Elderly People in EU25" (PDF), financiado pela Comissão Europeia e elaborado por Asghar Zaidi, do European Centre for Social Welfare Policy and Research.
No documento, apenas o Chipre, a Irlanda e a Espanha apresentam um cenário literalmente mais pobre no que toca à terceira idade. Com um retrato mais optimista surge a República Checa, onde apenas 4% dos idosos vivem abaixo do limiar da pobreza.

Terceira idade menos penalizada nos países do alargamento

Os dez países do alargamento apresentam metade do risco de pobreza para a população idosa. A explicação avançada pelo estudo prende-se com o facto de a esperança de vida, nestes estados, ser seis anos inferior à dos Quinze.
Na Europa dos Quinze, a população com mais de 65 anos corresponde a 17% e nos países do alargamento cifra-se em 13,6%. Além disso, a Leste há apenas 2,6% de cidadãos com mais de 80 anos e nos Quinze o valor atinge 4,3%.

No geral, um em cada seis dos 74 milhões de cidadãos europeus idosos vive com menos de 60% do rendimento médio da população dos seus países, o que dá um total de 13 milhões de pessoas na UE.
O estudo agora publicado, feito entre 2003 e 2006, será apresentado e discutido numa conferência internacional na Finlândia, em Dezembro. O objectivo será debater as alternativas políticas para o combate à pobreza na população idosa da UE.
Carina Branco

Os Pensionistas

O DN de 10.11.04 informa que, em Portugal, existem quase 700 mil pensionistas que ainda não ganham o salário mínimo nacional (325,38 euros – 65.323$00 escudos na moeda antiga). Expliquem como é que estas pessoas conseguem viver com estes valores. Faço um apelo, a todos os governos, que façam um esforço para terminar com esta injustiça o mais urgente possível. É inacreditável que vão pessoas para a reforma com valores de 3.600 contos quando temos outros reformados a morrerem de fome e com falta de medicamentos para se tratarem porque as suas pensões não chegam para viver. Diz o mesmo jornal que há pessoas que recebem estes valores e ainda têm de pagar renda de casa de 100 euros (20 contos)... Só podem estar a gozar com elas! Vão buscar dinheiro aos impostos que não são pagos pelas empresas e pelos bancos que todos os anos fogem com milhões de contos; deixem de comprar armamento que só traz miséria e morte; deixem de comprar submarinos e aviões de guerra, e deixem de gastar dinheiro muito mal gasto em carros de grande cilindrada para os senhores ministros e para outros, ou em viaturas blindadas para o exército onde agora se vai gastar 344 milhões de euros, conforme notícia do Publico de 12.11.04. E não venham dizer a estas pessoas que o país está a fazer um grande esforço para as ajudar, porque isso não é verdade. Já passaram 30 anos desde o 25 abril e, tanto os governos à esquerda como à direita, nunca fizeram nada para acabar com esta pouca vergonha que nos transforma num país de terceiro mundo.

TABELA DOS VALORES DAS REFORMAS ATÉ AO SALÁRIO MINIMO CONFORME DIÁRIO DE NOTICIAS de 10.11.2004 (mais de 1 milhão de pessoas recebe até estes valores)

VALOR ACTUAL DAS PENSOES
ANOS DE CARREIRA CONTRIBUTIVA EM EUROS - ESCUDOS
menos 15 anos - carreira contributiva - 211,50 - 42.401,94
15 e 16 anos - carreira contributiva - 222,00 - 44.507,00
17 e 18 anos - carreira contributiva - 226,93 - 45.495,38
19 e 20 anos - carreira contributiva - 231,86 - 46.483,76
21 e 22 anos - carreira contributiva - 234,20 - 46.952,88
23 e 24 anos - carreira contributiva - 248,12 - 49.743,59
25 e 26 anos - carreira contributiva - 253,04 - 50.729,97
27 e 28 anos - carreira contributiva - 257,96 - 51.716,34
29 e 30 anos - carreira contributiva - 260,30 - 52.185,46
31 anos - carreira contributiva - 284,92 - 57.121,33
32 anos - carreira contributiva - 289,84 - 58.107,70
33 anos - carreira contributiva - 294,77 - 59.096,08
34 anos - carreira contributiva - 299,69 - 60.082,45
35 anos - carreira contributiva - 304,60 - 61.066,82
36 anos - carreira contributiva - 309,53 - 62.055,19
37 anos - carreira contributiva - 314,45 - 63.041,56
38 anos - carreira contributiva - 319,38 - 64.029,94
39 anos - carreira contributiva - 324,30 - 65.016,31
40 e mais anos - carreira contributiva - 325,38 - 65.232,83

Agora digam lá se alguém pode viver confortavelmente com estas reformas, num país onde 20% da população (mais de 2 milhões pessoas) vive abaixo do limiar da pobreza, e onde a diferença entre ricos e pobres não pára de aumentar. Grande parte da culpa desta situação é dos governos que Portugal tem tido devido, à sua inércia e por estarem constantemente a consumir grande parte da riqueza que recolhem de forma incompetente, restando-lhes pouco para redistribuir por estas pessoas, ao mesmo tempo que lhes vai prestando um mau serviço público que é muito caro para a maioria do povo português.

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Eu prometo a mim mesmo Ser tão forte que nada poderá atrapalhar minha paz de espírito.Falar apenas de saúde, felicidade, e prosperidade para cada pessoa que eu encontrar.Fazer todos os meus amigos sentirem que há algo de valor dentro deles.Ver o lado positivo de tudo e fazer meu optimismo se tornar real.Pensar apenas sobre o melhor, trabalhar apenas para o melhor e esperar apenas o melhor.Ser tão entusiasmado com o sucesso dos outros quanto eu sou para o meu próprio sucesso.Esquecer os enganos do passado e me concentrar apenas nas maiores realizações do futuro.Vestir uma expressão de alegria todo o tempo e sorrir para toda criatura viva que eu encontrar.Direccionar todo meu tempo para me melhorar de maneira a não sobrar tempo para criticar os outros.Ser grande demais para preocupar-me, nobre demais para ter raiva, forte demais para ter medo, e feliz demais para permitir a presença de problemas.Pensar o melhor de mim mesmo, e anunciar isso ao mundo, não em palavras ruidosas, mas sim em grandes acções.Viver na fé de que o mundo inteiro está do meu lado, à medida em que sou sincero e verdadeiro quanto àquilo que há de melhor em mim.
Assim seja!


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Sou misterioso, sou muito ligado ás tradições. sonhador da ternura da imaginação e da memória com tenacidade fixa, idealizo as recordações, acontecimentos e sentimentos do passado para me proteger contra as incertezas do futuro. No amor há algo dentro de mim como nos contos de fadas, com a a minha princesa, mas também com uma maldição para combater os monstros ameaçadores. Tento ser um romântico, mergulhando num sonho ideal e inacessível. O meu humor é extremamente mutável e em ocasiões sou rabugento e agressivo, tenho necessidade de auto-defensa (às vezes antes mesmo de ser atacado) é uma das minhas características não muito agradáveis. Oscilo entre o júbilo e a depressão. Ás vezes sou muito fechado. Costumo ser intelectualmente ligado às artes e à poesia.

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