
MÁRIO Costa Martins DE CARVALHO, n. em Lisboa, Setembro de 1944. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Exercício da advocacia em Lisboa. Prisão e exílio em França e na Suécia. Regresso após o 25 de Abril de 1974. Intensa actividade Política. Advogado sindical. Publicou "Contos da Sétima Esfera" em Julho de 1981. Desde aí publica regularmente, contos (entre outros "Contos vagabundos" e "Era uma vez um Alferes"), romances ("A paixão do Conde de Fróis", "Um Deus passeando pela Brisa da Tarde" e "Fantasia para dois coronéis e uma piscina") e, ainda teatro " Água em Pena de Pato" e "Se perguntarem por mim, não Estou". Vários guiões de cinema. Traduções nos EUA e R.U., França, Espanha, Alemanha, Grécia, Bulgária e uma edição no Brasil. Vários prémios literários. Crónicas no J.L. e no "Público". Ensino esparso de escrita de cinema e de teatro.
1- A solidão dos fins de semana de uma cidade que
quando para não sabe o que fazer e descobre que está só.
Então ficamos à espera que nos suceda alguma coisa, seja lá o que for.
E descobrimos que há muito mais gente que não sabe como se aproximar de nós
para contar a sua história que lhe parece mais singular do que a nossa.
E agredimos para mostrar que estamos presentes e no meio da agressão esperamos um gesto de amizade.
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2- A Burocracia descreve-nos o surreal das teias da nossa administração,
dos pequenos poderes dos funcionários subalternos, tiranos sobre os utentes e servis perante o chefe.
Toda a gente a dar opinião sobre o que não sabe,
porque a burocracia é algo de fantástico e incompreensível e insusceptível de ser explicado.
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3- Este mundo louco onde tudo pode suceder,
onde o conto do vigário está em cada esquina e as nossas fraquezas são sempre a sorte de alguém.
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4- A vida tem destas coisas
é a expressão que traduz uma certa forma de aceitação do nosso viver quotidiano,
assumido como imutável, que com mais ou menos prazer, conformado e alegre,
típico desta cidade, vamos vivendo, porque o mais importante é viver.
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