
Conheça a planta da casa de Bill Gates, um templo da tecnologia que custará 100 milhões de dólares
O visitante que entra na mansão que o homem mais rico do planeta, o americano William Henry Gates III, construiu à beira de um lago na cidade de Medina, Estado de Washington, recebe de imediato um ponto eletrônico. Basta afivelá-lo na roupa para que a pessoa esteja conectada ao computador que é o coração eletrônico da casa de seu anfitrião. O efeito é cinematográfico. As luzes se acendem conforme o transeunte caminha de um cômodo a outro e se apagam quando ele sai. As ligações telefônicas são transferidas, automaticamente, para a sala onde está a pessoa chamada. O computador se encarrega de selecionar a música ambiente entre uma lista das preferidas de cada pessoa e projeta nas paredes as imagens dos quadros favoritos do portador do broche. Para interligar esses serviços ao computador central, há quilômetros de cabos de fibras ópticas espalhados pela casa.

A mansão de Bill Gates, dono da Microsoft e de uma fortuna de 40 bilhões de dólares, é o exemplo último de tudo o que a tecnologia pode fazer. Com dinheiro para comprar o castelo que quisesse e recheá-lo com as excentricidades de sua preferência, Gates preferiu criar, como ele mesmo definiu, "a casa do futuro". Para isso, já gastou 53 milhões de dólares de um total estimado em 100 milhões até o fim das obras. A empreitada é tão monumental que, de agora em diante, só de imposto predial, o empresário terá de desembolsar anualmente 620000 dólares.
Bill Gates fez questão de transformar sua casa numa espécie de Meca da tecnologia. Em seu livro A Estrada do Futuro, lançado em 1995, distribuiu um CD-ROM que permitia fazer um tour virtual pela mansão. Durante o último verão, barcos de até 150 turistas passavam várias vezes por dia pelo lago, diante da casa. Todos queriam ver a construção de 6.000 metros quadrados para onde a família Gates se mudaria, no final do ano passado, depois de sete intermináveis anos de obras. Dividida em duas alas, uma para a família e outra para os hóspedes, com portões e equipes de segurança diferentes, a obra foi feita com troncos de pinheiros de 500 anos, recuperados de uma velha serraria. Como a colina em que está a casa fica numa região de terremotos, a fundação foi feita de concreto com barras de aço reforçadas. O telhado de aço inoxidável é mais durável, brilhante e caro que o de outras coberturas. Há um riacho com truta e salmão saindo da casa e uma praia artificial à beira do lago.
Apenas um sexto da área construída é destinado às acomodações da família. É ali, porém, que Gates fez questão de deixar seus toques pessoais. Na academia de ginástica, que tem pé-direito de 6 metros de altura, instalou uma cama elástica gigante. Criou um parque de diversões cibernético para a família e uma piscina com sistema de áudio que permite que até quem está debaixo d'água escute música. No lado destinado aos hóspedes, montou um home theater, com máquina de fazer pipoca, uma quadra poliesportiva e um jardim com teto de vidro. Atrás de uma das passagens secretas da biblioteca, construída sob uma abóbada, está o Codex Leicester, o conjunto de manuscritos de Leonardo da Vinci que Gates arrematou por mais de 30 milhões de dólares. Por fim, na porta da biblioteca, Gates mandou pregar uma placa com um trecho do livro O Grande Gatsby, de Scott Fitzgerald: "Ele seguiu um longo caminho até aquele belo jardim, e seu sonho deve ter parecido tão próximo que ele dificilmente poderia deixar de alcançá-lo".

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