“Milipeia” é um sistema de 520 processadores instalado no Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra
A “Milipeia” – o maior sistema computacional destinado a cálculo científico instalado em Portugal – vai ser inaugurada, no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 11H30. O evento decorrerá no Departamento de Física da Universidade de Coimbra, no anfiteatro do rés-do-chão, e contará com a presença do Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, e do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago. Estarão ainda presentes o presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, João Sentieiro, e a directora da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, Rosália Vargas.
A “Milipeia” é um sistema de 520 processadores, instalado no Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, que vai servir investigadores desta e de outras universidades, estando ainda aberta à participação da comunidade científica nacional.
Através da “Centopeia” – actualmente com 108 processadores –, a Universidade de Coimbra esteve, nos últimos anos, na vanguarda das instituições nacionais mais bem apetrechadas para cálculo científico de alto desempenho e através da "Milipeia" assume agora a liderança. Estes sistemas são um instrumento de trabalho muito importante para a investigação científica e tecnológica nacional, já que grande parte da ciência moderna assenta ou passa pelo uso de simulações computacionais: utilizam a “Centopeia” e vão utilizar a “Milipeia”, físicos, engenheiros, matemáticos, químicos, biólogos, médicos, entre outros.
Um dos primeiros ‘clientes’ da “Milipeia” vai ser o portal Mocho, com um concurso dirigido às escolas secundárias, em que serão colocados aos alunos vários desafios, dando-lhes, assim, a oportunidade de observar como uma supermáquina pode resolver superproblemas.
O Mocho é também uma iniciativa do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, de divulgação científica, com características únicas e de interesse pedagógico indiscutível, oferecendo um leque vasto de informação sobre ciência, de utilidade não apenas para alunos e professores, mas também para o público em geral. O portal alcançou, em 2006, o simbólico número de um milhão de visitas. Na oportunidade da inauguração da “Milipeia”, será também lançado o número 1 da newsletter “O Pio do Mocho”, de divulgação de actualidade científica de interesse para a educação, que será distribuída mensalmente.
Museu da Ciência Vai ser um espaço dedicado a todo o público, de divulgação e de interacções da ciência com inúmeros aspectos da sociedade, local privilegiado para a interacção entre os cientistas e os visitantes. O Museu da Ciência vai ser inaugurado, no espaço do anterior Laboratório Chimico, também no próximo dia 5 de Dezembro, pelas 17H00, com a presença do Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
No Museu da Ciência, vai ser possível existir um diálogo aberto sobre temas que se colocam hoje na agenda pública, como os transgénicos, a utilização de células estaminais, o Protocolo de Quioto e os problemas que podem decorrer do efeito de estufa, entre muitos outros, num espaço dinâmico e aberto. A ambição é a de difundir os conhecimentos científicos à sociedade, contribuindo para que os visitantes tomem consciência das relações entre os diversos ramos da ciência, bem como entre a ciência e a sociedade. Pretende-se, deste modo, criar um espaço de difusão das ciências para um vasto público, que inclui também as crianças, tanto em viagens de estudo como em visitas familiares.
Ao nível da organização, o Museu da Ciência conjugará dois elementos que, normalmente, aparecem separados: História e Ciência. Será, por isso uma experiência inovadora em termos nacionais e mesmo europeus. A este grande projecto juntam-se projectos de acesso digital a documentos e às colecções museológicas e de outras estruturas com potencial museológico, como a Biblioteca Joanina, a Biblioteca Geral, o Arquivo da Universidade, o Jardim Botânico e o Museu Académico.
De acordo com vários especialistas internacionais, a Universidade de Coimbra detém um espólio na área da museologia sem comparação no nosso país, que configura um museu de capacidade internacional, uma herança dos seus laboratórios experimentais do século XVIII que será agora reunida neste museu científico integrador, ao nível dos melhores existentes no mundo.
Distribuído por dois edifícios, o Museu avançará em duas fases. A primeira fase, que é agora inaugurada, corresponde à operação de renovação do Laboratório Chimico, o primeiro edifício europeu concebido para laboratório. O facto de existirem hoje poucos locais universitários possuidores de testemunhos arquitectónicos do período pombalino, um dos mais importantes no desenvolvimento da investigação experimental, atesta o carácter excepcional deste espaço, que lhe confere uma importância semelhante à da Biblioteca Joanina. Nesta fase, as temáticas desenvolvidas na primeira exposição permanente do Museu decorrem do tema geral ‘Segredos da luz e da matéria’.