
Papa pediu tempo para Deus na Missa do Galo
O Papa Bento XVI celebrou ontem a tradicional missa do galo a partir do Vaticano, pedindo às pessoas que encontrem tempo e espaço para Deus, para os necessitados e para os que sofrem. O Sumo Pontífice celebrou uma eucaristia solene para cerca de 10 mil pessoas concentradas no interior da Basília de São Pedro e transmitida ao vivo para 42 países
O Papa Bento XVI afirmou hoje na tradicional mensagem natalícia Urbi et Orbi que espera que o Natal traga consolo para os que vivem rodeados de pobreza, injustiça e guerra e apelou a soluções justas para os conflitos do Iraque, da Terra Santa, Afeganistão e África.
O Sumo Pontífice pediu ainda que as sociedades modernas aceitem a “luz de Cristo” e alertou para o facto de muitas tragédias humanas são causadas por distúrbios ambientais.
“Que este Natal seja, para todas as pessoas, um dia de alegria, esperança e paz”, afirmou o Papa a partir da varanda da Basílica de São Pedro para os milhares de pessoas reunidas na praça central do Vaticano.
“Que a luz de Cristo, que chega para iluminar todo o ser humano, brilhe e traga consolo àqueles que vivem na pobreza, injustiça e guerra”, afirmou.
O Natal deverá trazer esperança para aqueles que “ainda lhes vêem negadas as suas legítimas aspirações para uma existência com mais segurança, saúde, educação, emprego estável, e com plena participação civil e política, livres de opressão e protegidos das condições que ofendem a dignidade humana”.
O Papa, que celebra o seu terceiro Natal enquanto líder da Igreja Católica mundial, afirmou sentir-se perto dos membros mais vulneráveis da sociedade, que muitas vezes são vítimas de conflitos e terrorismo – mulheres, crianças, idosos, migrantes, refugiados e deslocados.
Bento XVI alertou para o facto das “tensões, instabilidades, rivalidades e desentendimentos étnicos, religiosos e políticos estarem a destruir o tecido interno de muitos países e a contaminar as relações internacionais”
Num dia que significa paz, o Papa disse sentir-se próximo dos que vivem junto a locais onde “o som das armas continua a fazer-se ouvir”, nomeadamente o Darfur, Somália, a República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Iraque, Líbano, a Terra Santa, Afeganistão, Paquistão, Sri Lanka, Balcãs e “muitas outras situações de crise que infelizmente são muitas vezes esquecidas”.
O Papa fez ainda um apelo à protecção ambiental, afirmando que o número de migrantes, refugiados e deslocados “está a aumentar por causa dos frequentes desastres naturais, muitas vezes causados por distúrbios ambientais”.