Cientistas adiantam Relógio do Juízo Final - Apocalipse

A espécie humana está, desde ontem, dois minutos mais próxima da aniquilação total.
Não faz «tic-tac», nem é um relógio digital e anda sempre quase, quase, a dar a meia-noite. O relógio do Juízo Final, ou do dia do apocalipse, foi ontem adiantado dois minutos. Da meia-noite menos sete, para a meia-noite menos cinco. Sendo que a meia-noite é a hora que simboliza o holocausto nuclear, a destruição da civilização, a aniquilação da espécie humana.
A última vez que o relógio do juízo final tinha levado um acerto fora em 2002, na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, contra Nova Iorque e Washington. Foi, então adiantado dos nove para a os sete minutos antes da meia-noite.
Agora, cinco anos mais tarde, o mundo está ainda mais perigoso, por causa de novas ameaças nucleares, é certo, mas e pela primeira vez na história deste relógio com 60 anos, por causa das alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global.
O relógio do dia apocalipse foi criado e é gerido pelo Boletim dos Cientistas Atómicos, uma organização fundada em 1945 por cientistas da Universidade de Chicago, que tinham trabalhado no projecto da primeira bomba atómica.
Entre os seus membros actuais, há 17 prémios Nobel, entre os quais o célebre físico Stephen Hawking. O físico afirmou ontem em Londres que vê grande perigo se os governos e as sociedades não agirem para tornar obsoletas as armas nucleares, e para evitar mais alterações climáticas.
Do lado propriamente atómico, são vários os motivos que fizeram o ponteiro avançar até às cinco para a meia-noite. À cabeça, é claro, o primeiro teste nuclear, a primeira bomba rebentada pelo regime comunista da Coreia do Norte de Kim Jong-Il.
Também as ambições do programa nuclear do Irão do presidente Mahmud Ahmadinejad, o homem que nega o holocausto judaico e que diz que Israel deve ser varrido do mapa.
Mas também a presença continuada de 26 mil armas nucleares, com duas mil prontas a disparar, nos arsenais dos Estados Unidos e da Rússia, bem como níveis de segurança desadequados para os materiais nucleares em todo o mundo.
O relógio do juízo final está assim a cinco minutos da meia-noite. Já não estava tão perto da hora fatal desde 1984, ainda na guerra-fria, quando Ronald Reagan punha na Alemanha os chamados «euromísseis». Nesse ano, os cientistas puseram o relógio a três minutos da meia-noite.
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