O cineasta norte-americano James Cameron apresentou na segunda-feira artefactos que, segundo ele, podem ter vindo da tumba de Jesus, que também teria abrigado os restos de Maria Madalena e do filho deles, Judá
Mas há quem diga que o facto é apenas um chamariz publicitário, provavelmente falso, para um documentário e um livro lançados pelo realizador de Titanic e O Exterminador do Futuro.
Cameron e um grupo de académicos apresentaram duas urnas de pedra que terão abrigado os ossos de Jesus e Maria Madalena, descobertas que são o tema do documentário A Última Tumba de Jesus, produzido pelo cineasta, e do livro A Tumba da Família de Jesus.
As duas pequenas caixas foram encontradas com outras oito durante uma construção na zona sul de Jerusalém. Vários tinham inscrições traduzidas como Jesus, Maria Madalena e Judá, filho de Jesus, disse Cameron em entrevista colectiva na Biblioteca Pública de Nova York, cercado por académicos e arqueólogos.
«Este é o começo de uma investigação que prossegue», disse Cameron. «Se vierem à luz coisas que destruam essa investigação, que assim seja». Se verdadeiras, as revelações devem provocar a ira dos cristãos, por contrariar a crença de que Jesus ressuscitou e ascendeu aos céus.
O documentário segue as pegadas do enorme sucesso do romance O Código DaVinci, que argumenta que Maria Madalena teve um filho com Jesus. Shimon Gibson, um dos arqueólogos que descobriram a tumba, disse à Reuters na entrevista colectiva que sentia um «saudável cepticismo» em relação à ideia de que ela pertenceu à família de Jesus, mas crê que o assunto merece mais investigação.
Em Jerusalém, o arqueólogo local que fez escavações na área a pedido do governo contestou as conclusões do documentário. Segundo Amos Kloner, a gruta de 2.000 anos continha caixões pertencentes a uma família judia cujos nomes são parecidos com os de Jesus e seus parentes.
«Posso dizer positivamente que não aceito a identificação como pertencendo à família de Jesus em Jerusalém», disse Kloner à Reuters. «Não aceito que a família de Miriam e Yosef (Maria e José), os pais de Jesus, tinham uma tumba familiar em Jerusalém.»
«Eles eram uma família paupérrima. Residiam em Nazaré, vieram a Belém a fim de que o parto fosse aqui - então não aceito, nem historicamente, nem arqueologicamente», disse Kloner, professor do Departamento de Arqueologia e Estudos da Terra de Israel na Universidade de Bar-Ilan, nos arredores de Tel Aviv.
Após descobertos, os ossos foram enterrados segundo a tradição ortodoxa, restando apenas as caixas com inscrições e resíduos humanos cujo DNA actualmente está sendo analisado.
O professor L. Michael White, da Universidade do Texas, divulgou também as dúvidas sobre a veracidade da descoberta. «Isso é para tentar vender documentários», disse, acrescentando que uma série de rígidos testes deveriam ser conduzidos antes que uma urna ou uma inscrição possa ser apresentada como antiga. «Não é arqueologicamente sensato, é uma fanfarra».
A declaração recente de que foi descoberto o túmulo de Jesus e da sua família, supostamente corrobada por provas científicas como a análise de DNA e o apoio de alguns académicos.
O achado sugere que Jesus e Maria Madalena, casaram (o que está longe de ser uma novidade) e que teriam tido um filho de nome Judá. O túmulo colectivo, descoberto em 1980 será o tema de um documentário do “Discovery Channel” a emitir em 4 de Março onde o conhecido realizador James Cameron (o mesmo de “Exterminador”) assume o papel de Produtor Executivo.
A descoberta foi feita em 1980, quando trabalhos de construção civil em Talpiot, Jerusalém, revelaram a existência de um túmulo. O resultado das escavações foi publicado pelo historiador israelita L. Y. Rahmani sob o título “Um catálogo de ossários judaicos”, onde descrevia o túmulo e a presença no seu interior de uma dezena de ossários.
Cinco dos dez ossários descobertos tinham nomes como “Jesus”, “Maria”, “Mateus”, José” e “Maria Madalena”, todos nomes comuns entre 30 a.C. e 70 d.C. Um sexto ossário tinha uma inscrição mais extensa: “Judá, filho de Jesus”.
Em 2003, um estudo realizado na tumba confirmou a datação que o colocava na época em que teria vivido Jesus Cristo, o século I d.C., mas lançaram dúvidas sobre a autenticidade das inscrições… As análises de DNA que a notícia refere não sei o que pretendem provar… Certamente que não a identidade de Jesus, já que não se conhece descendência dele… Pelo menos a não acreditar nas teses popularizadas pelo “Código da Vinci”… Talvez se limitem a confirmar a ligação genética entre este “Judá” e os ossos do ossário de “Jesus”. Veremos…
Por outro lado, se existem ossos no ossário… Então o que fazer dos relatos biblícos que mencionam o desaparecimento do seu corpo? Isso não abalar pela fundação o edifício de crenças tão laboriosamente erguido pela Igreja Católica?
Mas este não é o único… “Túmulo de Jesus”… Outro ossário, conservado nos armazéns da autoridade arqueológica israelita (nº de catálogo 80503) tem a inscrição “Jesus, filho de José”. De facto, nos mais de mil ossários idênticos dessa época seis apresentam o nome “Jesus” e um outro (além deste primeiro) a frase “Jesus, filho de José”. Segundo o arqueólogo israelita Zvi Greenhut, 25% dos nomes femininos nestes ossários apresentam o nome “Maria” ou uma das suas variações e “José” é o segundo nome mais comum nesse período.
E já agora… Sendo a família de Jesus, a família de um carpinteiro teria esta os recursos para construir para si um túmulo familiar como este descoberto em Jerusalém?