

Burj Al Arab
Com passagem subterrâneo a um restaurante debaixo da água com um aquário cheio de golfinhos
Os televisores têm folha de ouro à volta
Tudo é automatizado só carregar no botão e entre o mordomo com luvas brancas
O Burj Al Arab é um arranha-céu, actualmente é o 18.º arranha-céu mais alto do mundo e foi o hotel mais alto do mundo, com 321 metros perdendo esse título para o Rose Rotana Suites, com 330 metros de altura. Edificado na cidade de Dubai, Emirados Árabes Unidos, foi concluído em 1999 com 60 andares, também sendo um dos maiores hotéis do mundo. Sendo classificado como um hotel de 7 estrelas, ganhando o título de ser o hotel mais luxuoso da face da terra. Tendo também um restaurante que serve qualquer coisa que quiser, caso eles não tenham no cardápio eles mandam buscar em qualquer parte do mundo. Com comidas diversificadas típicas de qualquer país é uma excelente estadia para quem tem como pagar a diária.
O interior do Hotel é magnífico, dando uma visão até o topo do prédio, e com uma escada com água em cascata e com jactos da mesma que formam um espectáculo à parte. Na entrada existe uma fonte de água que com técnicas de última geração, utilizando oxigénio, eles conseguem manter a água pegando fogo!
Com passagem subterrâneo a um restaurante debaixo da água com um aquário cheio de golfinhos
Os televisores têm folhas de ouro à sua volta
A diária do mesmo, pode chegar a 14.000 dólares. Quase(10.000 euros)



Bem-vindo ao Burj Al Arab, o mais espectacular hotel do mundo.
Os Emirados Árabes Unidos S.A. formam uma nação-empresa composta por sete pequenos emirados que, à excepção de Abu Dhabi, não nadam em petróleo. Uma geração atrás, um punhado de clãs ainda se dividiam sob o jugo colonialista britânico, enfrentando-se em atávicos feudos tribais. Junto com a independência, veio o bom senso. Em 1971, selaram uma trégua que, apesar de algumas tensões e ciúmes aqui e acolá, perdura até hoje. A estabilidade política contribuiu para que a economia do pequeno país (aproximadamente do tamanho dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, somados) decolasse. Desde então, os Emirados arrancaram da areia do deserto para se converterem na mais dinâmica economia do mundo, com taxas anuais de crescimento acima de 16%.

Dentre todos os Emirados, Dubai foi o que mais ousou. O Sheik Rashid, seu monarca e artífice do modelo Capitalismo-Com-Turbante, vislumbrou um futuro brilhante para o Emirado. Apegando-se às tradições de seu passado milenar, Dubai traz em seu DNA a tradição de ser o centro de comércio da região. Sob as ordens de Rashid, em pouco mais de duas décadas, a cidade transformou-se de pequeno e sonolento porto num centro económico, comercial e financeiro de alcance global, com 2.6 milhões de habitantes, 80% dos quais estrangeiros.

Talvez esteja aí a grande diferença de Dubai com o resto de nossa civilização ocidental: a visão otimista dos Sheiks, para quem o futuro é um lugar muito melhor que o presente. Futuro que precisa ser construído rápido - e bem. "Busque a excelência. Ao encontrá-la, faça-a ainda melhor" ensinava Sir Henry Royce. Poderia perfeitamente servir de slogan para os Emirados e para o seu hotel mais luxuoso, o Burj Al Arab.
Não há check-in: os hóspedes são recebidos na porta do avião, no aeroporto de Dubai, por um funcionário que se encarrega de todas as formalidades de imigração e alfândega. A única preocupação de quem chega é embarcar no Rolls Royce ou BMW Série 7 - (opção pode ser helicóptero) que vai levá-lo à essa jóia arquitectónica de 321 metros de altura, , construído numa ilha artificial de 150m de diâmetro.
No meu caso, eram quase duas horas da manhã quando o Rolls-Royce encostou em frente à magnífica torre em forma das velas dos Dhonis, barcos mercantes árabes. Seis pessoas me saudaram pelo nome e, segundos depois, já estava no 21º andar, recebendo as atenções da alemãzinha Sabine, minha personal manager, secretária particular e chefe-do-cerimonial pelas 48 horas seguintes.

Entrei na suíte mais pobrezinha do hotel, 169 metros quadrados com mais ouro, badulaques e brilhos que amante de deputado. Na entrada, um escritório completo, computador plugado na internet, fax, impressora. Uma sala de estar e home-theater. O Mini Bar não é mini coisa nenhuma e somente conta com garrafas full size. Há ainda um lavabo maior que a casa de banho da minha casa e uma despensa. À direita da entrada, uma escada que deve ter sido retirada do set de E O Vento Levou, conduzia ao andar superior: suíte, um closet de proporções suficientes para Dasluzete nenhuma botar defeito. O banheiro, com metragem mais apropriada para uma estação rodoviária, completava as modestas instalações. Se você acha pouco, fique tranquilo: as duas suítes reais do Burj Al Arab têm 780 metros quadrados, cada uma.
Malas? A última vez que as ví estavam na esteira do aeroporto. Elas agora pertenciam a Nagesh, meu mordomo particular, que tratou de desfazê-las. Animado, em seguida Nagesh dedicou-se a explicar o funcionamento de tudo que podia ser comandado pelo controle remoto, ele inclusive. Abrir cortinas. Fechar portas. Ligar o DVD. Aquecer a Jacuzzi. Programar o CD para tocar num andar sim, no outro não. Vice Versa. Monitorar a porta pelo sistema de circuito fechado de TV. Pedir uma pizza. Caviar. Setenta toalhas felpudas. Um golfinho albino.
Eram quase três da manhã e Nagesh insistia em me transformar num novo Steven Jobs. Implorei por clemência e ele saiu, decepcionado.
Acordei na mais confortável cama do mundo. Com o controle remoto, abri as cortinas para observar o Golfo Pérsico, 150 metros abaixo de meus pés. Justamente quando ia gritar "I`m The Sheik Of The World!" a realidade bateu à porta, vestida de fraque. "Breakfast, Mr. Beting." Era Nagesh entrando com o desjejum. Mordomos não dormem, sobretudo aqueles acionados por controle remoto.
As frutas frescas, os pães quentinhos e as flores perfumadas competiam pela atenção dos sentidos. A realidade se fez sentir na hora de assinar a conta: um rápido cálculo e constatei que, pelo preço daquela continha, já havia passado mais de uma semana viajando pela Europa. Afinal, quem mandou querer brincar de sheik? No Burj Al Arab, a fração minima é a centena. Paciência. No final das contas, o custo final de se hospedar no Burj Al Arab é simples: Dorme algumas noites e paga o preço de mil e uma.

Em compensação, está tudo lá: do heliporto 212 m acima das ondas a um incrível restaurante submarino, 60 metros abaixo das azuis águas do golfo. Detalhes tão extensos quanto magníficos: foram usadas 9.000 toneladas de aço na estrutura do hotel; 43.000 metros quadrados de vidro, 13.000 de mármore de Carrara e 12.000 do brasileiríssimo granito Azul-Bahia. E nada menos que 1.800 metros quadrados de folhas de ouro 24 quilates.
O Burj al Arab faz mesmo justiça à classificação de sete estrelas, única no mundo. Um hotel digno desta incrível cidade que resolveu ser superlativa. Em que outro lugar no mundo, por exemplo, encontra-se uma pista de ski artificial, com teleférico e tudo, construída dentro de um shopping center? Ou um loteamento construído sobre ilhas artificiais na forma do mapa mundi, onde cada lote é um país? Do maior mercado de ouro ao prédio mais alto do mundo (Burj Dubai, 800 metros de altura, a ser concluído em 2008) Dubai representa o que há de mais exagerado, opulento, absoluto no planeta.
Sheerazade, Ali-baba e outros personagens da principal peça da mitologia árabe, as 1001 Noites, agora têm companhia. Está sendo escrito o livro 1001 Arab Nights at the Burj Al Arab, para narrar o "incrível projecto" desse hotel, está instalado numa uma ilha artificial, abriga um original restaurante no fundo do mar.

O hotel e o restaurante são parte do complexo Jumeirah Beach Resort Development, instalado numa ilha artificial em Dubai e controlado pelo xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum.
Num mundo que usa estrelas, pontos e tantas outras métricas para medir a excelência de qualquer coisa, as sete estrelas do Burj Al Arab parecem pouco. Um céu estrelado, como só se vê nas noites do deserto, faria mais justiça para classificar esse fantástico hotel. E essa incrível cidade-empresa, Dubai.
