
Letras. Dentro de dez anos, o digital superará o livro tradicional
Editoras e fabricantes de leitores de 'e-books' adoptam ficheiros EPUB
A aposta nos suportes digitais é uma das novidades da 60.ª edição da Feira de Frankfurt, que começou quarta-feira. Em 2007, os chamados e-books constituíram cerca de 2% dos produtos expostos, um valor que aumentou este ano, uma vez que 361 pavilhões já exibem produtos do género. Esta evolução reflectiu-se numa sondagem feita pelos organizadores da mostra a mil escritores e editores, que acreditam que dentro de dez anos o volume de negócios relacionado com os vários suportes digitais será superior ao dos livros tradicionais.
Ainda é contudo necessário percorrer um grande caminho antes de a venda de e-books ser uma realidade. Se, por um lado, só 60% das editoras apostaram neste suporte, por outro até há pouco tempo ainda não havia um consenso quanto ao tipo de ficheiro a utilizar nos vários leitores. Esta última situação pode estar prestes a mudar, já que ainda ontem foi anunciada, em Frankfurt, a adopção de um novo tipo de ficheiro, intitulado EPUB, por várias editoras e fabricantes de leitores de e-books, como a Random House ou a Sony.
Os editores acreditam, por isso, que a indústria pode sobreviver ao advento do digital, desde que consiga realizar as mudanças necessárias. Os autores sondados acreditam ainda que a influência da China nos mercados digitais vai aumentar, mas serão os consumidores, e sites como o Google ou a Amazon, com o leitor Kindle, que podem promover a mudança.
N a mesma sondagem, os organizadores perguntaram ainda qual tinha sido o acontecimento mais importante no campo da edição literária ao longo dos últimos 60 anos, isto é, desde a criação da feira. A venda de livros pela Internet conseguiu obter relativa unanimidade. Convém lembrar o papel desempenhado pela Amazon, essencial para a desmaterialização da antiga livraria.
LUÍS FILIPE RODRIGUES
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