
A Sonda Phoenix está preparada para começar a desvendar a história da água em Marte, depois de ter aterrado suavemente domingo à noite no planeta vermelho e de ter aberto como previsto os seus painéis solares, informa a Lusa.
Segundo José saraiva, especialista em geologia planetária no Instituto Superior Técnico (IST) que está a seguir a missão da sonda, há muitas evidências de que num passado distante correu água na superfície de Marte e de que muita dessa água se encontra congelada no subsolo.
Phoenix Mars Lander:May 25 landing
«Se passasse ao estado líquido essa água seria bastante para cobrir todo o planeta», disse esta segunda-feira à agência Lusa este estudante de doutoramento cuja área de investigação se centra na análise de imagens para estudo da história geológica de Marte.
Além de ter capacidade autónoma para analisar amostras de solo, supostamente com gelo, colhidas a uma profundidade de até 60 centímetros por um braço articulado, a sonda dispõe de uma estação meteorológica que tem por objectivo estudar a evolução climática do planeta.
Gelo alguma vez derreteu?
Em causa está saber se o gelo do subsolo alguma vez de derreteu na história recuada do planeta.
«Trata-se de tentar perceber se o solo tem condições para ser habitável e se existirão micróbios a alguma profundidade», afirmou este investigador do Centro de Recursos Naturais e Ambientais (CERENA) do IST.
A Phoenix dispõe de instrumentos que, ao analisarem o solo, poderão detectar moléculas, nomeadamente de carbono e hidrogénio, que são elementos necessários à vida.
José Saraiva participa no projecto MAGIC (acrónimo em inglês para Caracterização Atmosférica, Geofísica e Exobiológica de Marte), que integram 17 investigadores das Universidades Técnica e Nova de Lisboa e da Universidade de Coimbra.
O seu grupo de investigação nesse projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), ocupa-se da análise de imagens e estudo das formas poligonais nos terrenos da superfície de Marte.
Essas formas, que as primeiras imagens a preto-e-branco recebidas esta madrugada da Phoenix documentam, «têm diversas origens, devendo-se provavelmente à presença de cunhas de gelo no solo», referiu.
José Saraiva, que na noite passada participou em Lisboa, no Instituto Geográfico de Exército, numa sessão pública do NUCLIO (Núcleo Interactivo de Astronomia) em que foi acompanhada uma emissão de televisão da NASA sobre a aterragem da Phoenix, profere sexta-feira à noite, no Observatório Astronómico de Lisboa uma palestra com o título «Marte: Vivo ou Morto?».

Tenho bastantes expectativas em relação a Marte, que faz parte do meu imaginário infantil/juvenil e das minhas esperanças actuais. O conhecimento de vida fora da Terra ( o fim da solidão universal ) é algo que me deixaria imensamente feliz... Atrevo-me mesmo a dizer, realizado!
ResponderEliminarAbraço!