
"Ser um aluno exemplar nem sempre significa ser exemplar"
Aqui tens algumas sugestões do Núcleo de Aconselhamento Psicológico que te podem ajudar a melhorar a tua estratégia de estudo.
Aprender a aprender
É consensual que todos temos capacidade para aprender. Aprender a estudar é como aprender outra coisa qualquer.
No Ensino Secundário, aquilo que se tinha de saber para atingir os objectivos propostos estava bem definido. Na Universidade, temos mais dificuldade em distinguir o essencial do acessório a partir das pistas que nos dão nas aulas, dos programas das cadeiras, dos exames de anos anteriores ou da bibliografia recomendada. Agora temos de descortinar o que vai ser exigido, temos de ser nós a fazer a construção do nosso conhecimento, seleccionando o importante do livro A, relacionando-o com o importante do livro B, formando um todo coerente muitas vezes a partir de visões discordantes.
Decidir com cada vez maior autodidactismo e com cada vez menor orientação do exterior é parte integrante do nosso processo de crescimento. E o primeiro passo de qualquer tomada de decisão é traçar objectivos, que, no nosso caso, são objectivos de aprendizagem.
Depois, é preciso organizar o estudo. Organizar não significa estudar o tempo todo. É importante planear intervalos e compensações (para uns será sair à noite, para outros será ver televisão, etc., etc.). O cumprimento dos objectivos do plano de estudo traduzir-se-á na sensação sempre satisfatória de que se está a progredir.
Outra parte importante do planeamento é a estratégia a utilizar. Falamos de decisões como: estudo primeiro a teoria ou a prática, leio o livro ou a sebenta, faço um resumo ou um esquema, faço uma leitura em diagonal ou uma leitura pormenorizada, sublinhando as partes essenciais. Claro que se o exame é essencialmente prático, fazer resumos e decorar textos é desadequado. Provavelmente é mais útil fazer exercícios e elaborar um esquema com as principais fórmulas a utilizar em cada caso específico.
É importante que se façam avaliações intermédias antes do exame final, para que se possam corrigir métodos ou estratégias pouco eficazes.
Não raro os estudantes questionam-se se têm a inteligência e a memória suficientes para aprender no IST. Hoje sabe-se que o que mais contribui para o (in)sucesso na aprendizagem são factores como o Esforço, a Estratégia e a Motivação.
Estudar no ensino universitário implica que o estudante adquira um controlo interno sobre a aprendizagem, que esteja menos dependente de factores externos (os professores, os materiais de estudo, as faltas) e que aprenda a auto-regular o seu comportamento e a assumir a sua própria responsabilidade de estudar e aprender.
Aprender a Pensar
No ensino secundário podemos ter muito sucesso se simplesmente memorizarmos conhecimentos, copiarmos métodos de outras pessoas ou se aplicarmos uma série de truques. Na Universidade, existem cada vez mais cadeiras em que esta estratégia não chega para passar no exame. Há que começar a perceber a matéria verdadeiramente. É preciso pensar por nós próprios. Há que ser activo e criativo.
Propomos-te 7 actividades que promovem o pensamento autónomo:
1º Tentar reinventar as coisas
2º Interrogar
3º Experimentar variações ao que foi proposto
4º Ser crítico e encontrar as lacunas dos modelos/teorias
5º Explicar aquilo que se aprendeu a outras pessoas.
6º Ser irreverente
7º Colocar novos problemas, experimentar o absurdo
O mais importante é aprendermos a pensar e que esta aprendizagem se torne um hábito. Esta aptidão, uma vez adquirida, será útil não só nos exames, mas também na carreira profissional ou na resolução dos diversos problemas com que nos enfrentamos ao longo da vida.
O que distingue um estudante eficaz?
· Emprega um estilo de aprendizagem que lhe é adequado. Se utiliza um estilo de aprendizagem que não lhe agrada, transforma-o e/ou adapta-o às suas necessidades; se o professor não explica bem, tenta tirar dúvidas no fim; se o livro é incompreensível, associa-se aos seus colegas.
· Envolve-se activamente no seu processo de aprendizagem, cria situações que lhe permitem aprender coisas novas, procura detectar os seus problemas e tenta solucioná-los.
· Tenta compreender os assuntos e utilizar estratégias de aprendizagem, em vez de decorar ou mecanizar sem compreender. Procura pistas para compreender os assuntos, questiona-se e coloca hipóteses.
· Aceita que aprender pode não ser fácil e ultrapassa a frustração e a falta de confiança. Sabe que a aprendizagem pode demorar muito e que pode ser aborrecida. Aprende a lidar com os seus sentimentos.
Para muitas pessoas, a crise provocada pela passagem do Ensino Secundário para o Superior é facilmente resolvida e integrada no processo de crescimento. Para outras, trás mais sofrimento e é mais prolongada. Nestes casos, pode ser importante recorrer a ajuda especializada, como por exemplo à que é cedida pelo Núcleo de Aconselhamento Psicológico. Quando quiserem ou precisarem, podem passar pelo NAP ou enviar um e-mail para hanswelling@yahoo.com ou sap.sasist@ist.utl.pt.
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