
Após ter sido alterado geneticamente, o animal é capaz de produzir uma proteína que ataca as células cancerígenas, não afectando os tecidos saudáveis. Os investigadores acreditam que, desta forma, vão poder ser criados tratamentos contra a doença sem os efeitos secundários que actualmente acontecem, nomeadamente através da quimioterapia ou radioterapia, onde o doente sofre dores, enjôos e perda de cabelo.
"Estávamos interessados em procurar uma molécula que matasse as células do cancro e não as células normais, mas que também não fosse tóxica no sentido de causar efeitos colaterais em todo o organismo", afirmou o investigador Vivek Rangnekar.
"Estamos a olhar para esta pesquisa como uma solução holística, que acabaria com o tumor mas não prejudicaria o corpo como um todo. Antes deste estudo publicámos vários trabalhos indicando que na cultura de células não havia a destruição de células normais. Esta é a prova de que (o gene) não mata células normais, já que o rato está vivo e saudável", acrescenta.
Os investigadores acreditam ser possível adaptar este método em seres humanos através da introdução do gene que produz a proteína no corpo com um transplante de medula.
"Se considerarmos a dor que os pacientes de cancro têm de enfrentar, não apenas por causa da doença, mas por causa do tratamento - é uma tortura. Se conseguirmos tratar o cancro e não prejudicar o paciente, é um enorme avanço. É o que está a acontecer com estes animais, o que é bastante animador", concluiu Rangnekar.
Apesar dos resultados promissores, os cientistas fazem questão de referir que existe ainda muito trabalho pela frente, e que o desenvolvimento de um novo tratamento pode levar cerca de 10 anos.
Pedro Santos
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