
O que ameaça sua dieta?•
•Emagrecimento definitivo.
Essas palavras mágicas, que soam como música aos ouvidos de dez em cada dez gordinhas, são a promessa do Meta Real, que faz sucesso há 16 anos. Nós (e mais seis mulheres que adotaram o método de reabilitação alimentar) contamos como funciona
por Thaís Cavalheiro fotos Dárcio Tutak
Qual é o sonho de qualquer mortal com problema de peso? Emagrecer de uma vez por todas. Será possível? A química e terapeuta Maria Eliza Zuccon, que há 16 anos idealizou o Meta Real (Método Tático de Reabilitação Alimentar), garante que sim. “Para eliminar peso e nunca mais voltar a engordar, é preciso não apenas mudar os hábitos alimentares mas também certos padrões psicológicos e emocionais que dificultam o emagrecimento definitivo”, explica.
Enquanto em regimes convencionais 80% das pessoas que emagrecem voltam a engordar depois de um ano, 70% daquelas que perderam peso seguindo o sistema de reabilitação alimentar do Meta Real se mantêm magras. Primeiro, você aprende a comer, suprindo o organismo com os nutrientes necessários ao seu bom funcionamento e respeitando os sinais de fome física e saciedade que o corpo emite. Depois, fica livre para comer de tudo, nos horários certos, durante 20 minutos — tempo que o organismo leva para enviar ao cérebro a mensagem de que está satisfeito. A promessa é emagrecer até 1,5 quilo por semana, mas há variações ditadas pelo metabolismo de cada mulher.
O passo-a-passo do sucesso
Conheça as principais estratégias do plano para vencer a obesidade
usar o disco alimentar
Trata-se de um guia para ajudá-la a cuidar da própria alimentação de maneira equilibrada, em casa ou em um restaurante, sem precisar seguir um cardápio predeterminado ou calcular as calorias. O disco de papelão, que indica o que, quanto e como comer, é dividido em três grupos alimentares, cada um deles representado por uma faixa colorida. A amarela refere-se aos construtores (proteínas, como carne vermelha, ovos, aves, laticínios, peixes), a vermelha, aos energéticos (gorduras, cereais, açúcares) e, por fim, a verde, aos reguladores (frutas, verduras e legumes). Você gira o disco e combina as cores para escolher as refeições diárias. O importante é escolher uma das sugestões de cada faixa e variar seu cardápio. De um lado do disco, estão todas as opções para o café da manhã. Exemplo: 5 biscoitos tipo Maria ou maisena (energéticos), 1 fatia grande de ricota e 1/4 de xícara de gelatina diet (construtores), 1 colher rasa de margarina (energéticos), 1/2 manga média (reguladores). Do outro lado, ficam as alternativas alimentares para almoço e jantar. Exemplo: 2 filés grandes de pescada (construtores), 1 prato de sobremesa de verduras e legumes cozidos (reguladores), 1 bola de sorvete (energéticos), 4 colheres rasas de creme de leite (energéticos) e 15 morangos médios (reguladores).
saber diferenciar a fome da vontade de comer
Tente se lembrar da sua reação logo após ter levado o fora do namorado ou ter sido demitida. 1. Chorou tudo o que tinha para chorar. 2. Afogou a tristeza no pote de sorvete ou em outra guloseima qualquer. Se você cravou a número 2, provavelmente é sócia do clube das gordinhas ou está prestes a ingressar nele. Comportamento típico: buscar na comida uma forma de compensação. Problemas todo mundo tem. O lance é aprender a lidar com eles, procurando soluções que passem longe da comida. Se você anda estressada, trate de relaxar. O trabalho está que é puro tédio? Tente uma transferência para sentir-se mais motivada. Ou quem sabe está difícil segurar a frustração por não poder comprar o biquíni que saiu na revista. Em vez de acabar com a caixa de bombons, vá atrás de um modelo parecido, porém mais acessível.
O Meta Real discute questões como essas, em palestras semanais, e ensina a distinguir a fome física (provocada por uma necessidade orgânica real pelo alimento) da psicológica (aquela que faz a gente assaltar a geladeira porque está infeliz). Como você vê, a filosofia do plano é a de que o emagrecimento e a manutenção de peso dependem — e muito — de uma nova postura da aspirante a magrinha em relação a si mesma e também à comida.
liberdade para comer de tudo, sem medo
Após aprender a diferenciar a fome física da psicológica, você poderá abrir mão do disco para comer o que quiser. Isso não significa comer quanto quiser. Digamos que sua escolha seja uma lasanha. Sua composição permite que você espere até seis horas para comer de novo. Esse, aliás, é o espaço de tempo recomendado entre uma refeição e outra. Se, ao contrário, você quiser apenas uma fruta, passará três horas sem a fome física.
três refeições e nada mais
Com o Meta Real, você faz apenas três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar), somando 1200 calorias, porque o programa alimentar oferece refeições balanceadas que suprem as necessidades básicas de nutrientes do organismo. Essa é, também, uma forma de evitar que a gordinha, frente a frente com as comidas engordativas, chute o regime para o alto.
você decide como e quanto quer emagrecer
Nesta fase, já mais magra, é possível escolher entre continuar usando o disco alimentar, o que de certa forma restringe seu cardápio, ou, ao contrário, dar a si mesma passe livre para comer de tudo. A essa altura, você já aprendeu que as proibições é que levam à compulsão alimentar e que, eliminando-as, acaba aprendendo a fazer escolhas acertadas.
Elas duvidaram, testaram e aprovaram
Estas mulheres, hoje vitoriosas, não acreditavam que poderiam eliminar o excesso de peso. Depois de mudar seus hábitos, conquistaram a forma que pediram a Deus:
Hoje sou uma nova mulher
“Gordinha, ruiva e de olhos azuis, chamava a atenção quando criança. Resultado: não conseguia me livrar da imagem de fofa, tão apreciada por todos. Meu primeiro emprego foi como inspetora de qualidade em uma fábrica de alimentos. Assim, tinha que provar todas as comidas. Cheguei aos 75 quilos. Em casa, o afeto dos meus pais era expresso por meio da comida e não com carinho de verdade. Beliscava o dia inteiro e dizia que não sabia porque estava gorda. Desenvolvi a Síndrome de Crohn, doença crônica que ataca o aparelho digestivo. Me viciei em anfetaminas, mas escondi do médico. E ainda tomava a droga com os remédios para tratar a doença. Quando contei a verdade, ele me alertou: ‘Desse jeito, você vai morrer’. Preocupada, minha irmã, que já fazia o Meta Real, me levou a uma reunião. Em um ano, perdi 15 quilos e não senti fome. Passei a fazer caminhada e hidroginástica. Hoje, trabalho como esteticista e sou meu melhor cartão de visitas.”
Silmara Lima, 32 anos, 1,59 metro, 55 quilos, 15 quilos a menos
Recuperei minha auto-estima
“Sempre fui magra e ativa. Nadava, lutava, fazia musculação e estudava. Até que comecei a ter distúrbios gástricos e dores no corpo inteiro (problema depois diagnosticado como fibromialgia). Deixei de praticar esportes e comecei a engordar. Consultei vários especialistas. Usava remédios para emagrecer, interrompia, voltava a ter muita fome. Por outro lado, o distúrbio gástrico me tirava o apetite. Passei, então, a sofrer o efeito sanfona. Meus hábitos alimentares eram péssimos. Às vezes, a primeira refeição do dia eram 2 Alpinos, 1 café e 1 cigarro. No almoço, acabava com 2 pacotes de biscoito. Cheguei aos 70 quilos. Não conseguia sequer sair da cama e perdi todas as roupas, até as calcinhas. Bateu o desespero: onde é que eu vou parar? Resolvi, então, procurar o Meta Real. Em dois meses, perdi 10 quilos. Estou com o corpo que tinha aos 25 anos. Hoje, tenho prazer em comer salada de rúcula e um único chocolate já me satisfaz.”
Mariella Zuccon, 32 anos. 1,73 metro, 59 quilos, 11 quilos a menosNunca mais serei gordinha
“Sabe como é família italiana... Qualquer motivo é razão para comer. Lá em casa, os exageros à mesa eram constantes. Não é à toa que quase todos são obesos. Minha mãe sempre insistiu para que eu comesse. Hoje, faz o mesmo com o neto: ‘Toma o leite até o fim’, vive dizendo ao Gabriel, que tem 2 anos e meio. Quando completei 14 anos, estava 10 quilos acima do peso. Ficava dois dias sem comer e nos outros descontava tudo. Levada pela minha mãe, passei a freqüentar o Meta Real. Em cinco meses, emagreci tudo o que quis. Graças ao método, pude me pesar para as aulas de educação física sem passar ergonha e ouvir as piadinhas dos colegas. Ao engravidar, entrei em pânico: vou ficar gorda de novo, pensei. Que nada. Ganhei só 9 quilos, já tinha aprendido a comer direito. Depois de dois meses do parto, meu corpo já estava do jeito que era. Agora, no terceiro mês de gravidez, já não receio voltar a ser gorda.” Agora visto o que eu quero
“Decidi emagrecer de uma vez por todas depois que saí de um shopping chorando, porque roupa nenhuma me caía bem. Só ficava me imaginando numa blusa colada e calça de cintura baixa. Só que desisti de dietas (fiz todas) e remédios, porque engordava de novo. Quando comecei a seguir o Meta Real, duvidava que iria emagrecer. Nem desconfiava que, como diz o método, é preciso comer gordura para perder peso. No começo, o emagrecimento é lento. Meu noivo atrapalhou porque gosta de mim cheinha e nunca me deu a menor força. Nossos programas eram sempre comer fora. Ainda brigamos por causa disso, não tenho mais vontade de ir a restaurantes. Em seis meses, perdi 16 quilos. Minha meta, que era chegar aos 63 quilos, agora é parar nos 59. No início, ficava de olho no relógio, porque é preciso esperar até seis horas entre uma refeição e outra. Logo me acostumei. Até meu humor melhorou.” Adriana Maria da Silva, 23 anos, 1,67 metro, 65 quilos, 16 quilos a menos Ganhei qualidade de vida
“Imagine uma mulher que sempre esteve 20 quilos acima do peso descobrir que tem facilidade para emagrecer. Foi o que aconteceu comigo depois que conheci o Meta Real. Lá, aprendi que perder peso não exigia tantos sacrifícios. Para mim, dieta era sinônimo de privação. Nunca aceitei meu corpo e sempre me senti rejeitada. Uma vez, entrei em uma loja de grife e a vendedora foi logo perguntando: é para presente? Também, pesando 80 quilos... Eu, que fumava dois maços por dia, parei com o cigarro e não voltei a engordar. Descobri que fundo de poço tem mola, dá para voltar à tona. Verdade: perdi 20 quilos em sete meses. Sinto fome três vezes por dia e não o tempo todo, como antes. Mudei o jeito de encarar a comida. Quando vou a uma festa, não me preocupo com os pratos que vão servir, mas com o tipo de música. Me sinto como uma magra original, mas não quero seguir um padrão de beleza.”
Adriana Braitt, 24 anos, 1,70 metro 59 quilos, 20 quilos a menos Como tudo o que gosto
“Aos 12 anos, arrumei um namoradinho e comecei a ficar vaidosa. Meus 3 quilos a mais me levaram a fazer dieta por conta própria. Nada adiantava. Quando fiquei 6 quilos acima do peso, iniciei dietas malucas e tomei emprestada fórmulas emagrecedoras de uma amiga. Me pesava cinco vezes por dia. Na lua-de-mel do meu primeiro casamento, engordei 6 quilos em dez dias. Em oito meses, ganhei 20 quilos. Me tornei mal-humorada, agressiva. Foi então que ouvi falar no Meta Real. Eu, que nem tinha um espelho para ver o corpo inteiro, comecei a me olhar sem ser tão crítica. Acabou minha compulsão alimentar, que me fazia comer pão com açúcar. Em dez meses, emagreci 24 quilos. Como de tudo, não fico sem chocolate. Meu casamento acabou, casei de novo e nunca mais engordei. Uma ex-colega até me ligou para perguntar, com ironia, se eu ainda estava magra. Pois fiz questão de me encontrar com ela só para exibir minha nova forma.”
Roseli Masi, 33 anos, 1,60 metro, 60 quilos, 24 quilos a menos
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