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O governo desejou uma nova bandeira para representar a unidade nacional, respeito ao trabalho, heroísmo e confiança no futuro... Uma importante consideração no desenho foi o genocídio de 1994, logo não há a cor vermelha para relembrar o sangue, assim como a cor preta para não simbolizar a escuridão...
O símbolo oficial da nova bandeira é: verde para a esperança de prosperidade, o agradecimento ao trabalho do povo de Ruanda e o uso sensível dos recursos do país. Amarelo - para o desenvolvimento econômico. Azul claro - simboliza felicidade e paz. O sol dourado e os seus raios simbolizam a luz que iluminarão o povo - trazendo unidade, transparência e luta contra a ignorância.
Rwandese Republic — Rwanda — Republika y'u Rwanda — République Rwandaise
Capital: Kigali.
Religião: Cristianismo 44% (católicos), islamismo 9%, crenças tradicionais 47% (1996).
Localização: centro-leste da África, na montanhosa região dos grandes lagos. Faz fronteira no oeste com a República Democrática do Congo, ao norte com a Uganda, a leste com a Tanzânia e ao sul com o Burundi.
Características: planalto central, lago Kivu, vulcões e cadeias montanhosas (O), planície e complexo de lagos pantanosos (L).
Cidades principais: Ruhengeri, Butare, Gisenyi. Outras: Byumba, Cyangugu, Gabiro, Gatsibo, Gikongoro, Gitarama, Kagitumba, Kibungo, Kibuye, Nyanza, Ruhengeri.
Divisão administrativa: 11 prefeituras subdivididas em 145 comunas.
Moeda (numismática): Franco de Ruanda ou Ruandês. Código internacional ISO 4217: ? Anteriormente, Franco Belga; Pesa entre 1893 a 1917 (África Oriental Alemã).
O lago Kivu delimita boa parte da fronteira com a República Democrática do Congo (ex-Zaire).
Ruanda é o país africano com maior densidade populacional, quase 300 habitantes por quilômetro quadrado. A existência de clãs e de fortes laços familiares é marcante na sociedade.
Cerca de 90% da população é hutu e vive em conflito com a minoria tutsi desde a época colonial. O conflito entre as etnias tutsi e hutu já matou mais de 1 milhão de pessoas na guerra civil que arrasa o país desde 1994.
Em 1994, eclodem os mais graves confrontos entre as duas etnias, e o país é palco de um genocídio que deixa 1 milhão de mortos e 2,3 milhões de ruandeses refugiados em países vizinhos...
Os ruandeses vivem da agricultura, desenvolvida em pequenas propriedades, e exportam chá e café.
Cartão Postal de Ruanda-Urundi, dançarinos da tribo Watutsi; publicado by Photo Home.
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História
A região é habitada originalmente por pigmeus e, mais tarde, pelos hutus, povo banto da bacia do rio Congo...
Por volta do século XV, os tutsis, pastores de grande estatura oriundos da Etiópia, chegam à região e impõem domínio feudal aos hutus, mais numerosos.
Com a derrota alemã na I Guerra Mundial, os belgas ocupam Ruanda. Em um primeiro momento, transformam os tutsis na elite que concentra o poder político, econômico e militar.
Na década de 50, por outro lado, favorecem a formação de uma elite hutu. Desse modo utilizam a tática de dividir para governar. Em 1959, eclode a primeira revolta hutu contra o governo tutsi.
Em 1961, um plebiscito dá autonomia ao país, sob administração hutu. Perseguidos, os tutsis se exilam nos países vizinhos.
Guerra civil
Os tutsis exilados formam a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), que invade o norte de Ruanda em outubro de 1990.
Vencida pelo Exército do presidente Juvénal Habyarimana (no poder desde junho de 1973), a FPR inicia uma guerrilha. Habyarimana, para aliviar tensões, aprova o pluripartidarismo em junho de 1991 e abre negociação com a guerrilha.
Nova ofensiva tutsi, em fevereiro de 1993, põe o acordo por terra. O governo massacra civis tutsis. Em represália, a FPR arrasa aldeias hutus e a guerrilha chega a menos de 30 quilômetros de Kigali, a capital. Mais de 1 milhão de refugiados se aglomeram na fronteira com Tanzânia e Uganda.
Em agosto, governo e guerrilha assinam os Acordos de Arusha, pelos quais é formado um governo de transição com a FPR e outros partidos de oposição, sob o apoio da ONU.
Em abril de 1994, o presidente Habyarimana e seu colega do Burundi Cyprien Ntaryamira morrem em acidente aéreo.
O episódio desencadeia uma guerra civil que dura até julho. Resultado: entre 500 mil e 1 milhão de mortos, além de 2,3 milhões de refugiados, que se dirigem sobretudo ao atual Congo (muitos atravessaram a fronteira pelo Parque Nacional Virunga) e à Tanzânia.
Em julho, a FPR (tutsi) toma Kigali e põe Pasteur Bizimungu na Presidência. Em março de 1995, 2 mil hutus expulsos de um campo de refugiados são assassinados por tutsis.
Três meses depois é inaugurado o Tribunal Internacional de Crimes para julgar cerca de 400 acusados de participação no genocídio de tutsis em 1993.
Refugiados
Em agosto de 1996, Ruanda e Congo acertam a repatriação de refugiados hutus - sem a participação da ONU, que não aceita a repatriação forçada. Em outubro de 1996, uma milícia dos baniamulenges - grupo étnico tutsi que vive no leste do Congo, rebela-se.
Supostamente apoiado pelo governo ruandês (tutsi), o grupo dá início a uma ofensiva contra os acampamentos de refugiados ruandeses hutus.
Entre os refugiados há soldados e oficiais do governo ruandês que se escondem para evitar a punição pelo genocídio de tutsis em seu país, no governo anterior. Em novembro de 1996, cerca de 500 mil refugiados são expulsos do Congo para Ruanda.
Outras 300 mil pessoas retornam nos meses seguintes. Em abril de 1997, o novo governo do Congo dá prazo de 60 dias para que se complete a repatriação dos 200 mil refugiados ruandeses que ainda estão no país.
Durante a retirada, organizada pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de cem pessoas morrem sufocadas num trem superlotado que as transportava. Pelo menos dois grupos de refugiados são massacrados, totalizando mais de 200 mortos.
Segundo denúncia da Anistia Internacional, em agosto de 1997 mais de 2,3 mil ex-refugiados de etnia hutu haviam sido assassinados nos três meses anteriores pelo Exército ruandês, de maioria tutsi...
RWANDA 1994
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